Socialistas fecham listas de deputados sem nomes de Pedro Nuno. Há escolhas fortes já conhecidas

20 jan, 17:40
Pedro Nuno Santos (Lusa/Paulo Novais)

Calendário apertado devido às legislativas antecipadas obriga federações a conhecer cabeças de listas, escolhidos por Pedro Nuno Santos, perto do prazo final. Pedro Nuno vai por Aveiro, Assis pelo Porto e Carneiro por Braga

Várias federações do PS estão a fechar as listas de deputados para as próximas legislativas sem as escolhas de Pedro Nuno Santos. A expectativa partilhada é de que os nomes da quota nacional só sejam conhecidos na próxima terça-feira, dia em que está marcado um encontro da Comissão Política Nacional para a aprovação global dessas listas.

Ao longo deste fim-de semana, as federações socialistas têm-se reunido para debater os nomes. Algumas fá-lo-ão também na segunda-feira. “Várias federações estão a aprovar com as escolhas do secretário-geral em branco”, conta um atual deputado por Lisboa.

O mesmo cenário é traçado por diferentes presidentes de federação ouvidos pela CNN Portugal. Ao longo dos últimos dias, a expectativa era de que Pedro Nuno Santos fizesse chegar as suas escolhas antes dos encontros distritais. Contudo, há também quem ressalve que não existe propriamente uma regra no que respeita à aprovação das listas, havendo federações com a tradição de aprovar listas com as próprias escolhas, deixando as da direção em branco.

“Não vieram as escolhas do secretário-geral. Vamos aprovar normalmente com todos os lugares e com o mais amplo consenso possível na comissão da federação”, aponta outro dirigente.

"Os nomes não têm necessariamente de ser comunicados aos presidentes de federação previamente", atesta um responsável muito próximo de Pedro Nuno Santos, membro do secretariado, o chamado "núcleo duro".

Em Santarém, por exemplo, esse processo está fechado. "Os nomes indicados pelo distrito foram aprovados por 93,2%", confirmou o presidente da federação, Hugo Costa, à CNN Portugal, que será número dois pelo distrito. Federações como Lisboa, Coimbra, Viseu ou Setúbal, o encontro terá lugar apenas na segunda-feira.

Segundo indicam vários responsáveis, é o calendário apertado que está a ditar este cenário de lugares em branco. O procedimento, explicam, demorava cerca de um mês e meio. Está agora a ser feito no prazo de uma semana. E Pedro Nuno Santos tem revelado aos mais próximos a necessidade de refletir bem sobre as escolhas.

Ditam as regras que cabe ao secretário-geral do PS indicar a quota nacional. Esta quota corresponde a um terço dos eleitos na última eleição pelo distrito. Um exemplo: em Lisboa foram eleitos 21 deputados, o líder socialista tem direito a apontar agora o nome para sete lugares na lista.

"Diria que nomes, em definitivo, só na terça-feira", refere o mesmo membro do secretariado.

(Miguel A. Lopes/Lusa)

Há poucos cabeças de lista certos: Pedro Nuno Santos vai por Aveiro

Pedro Nuno Santos tem-se fechado em copas sobre quem indicará como cabeça de lista nos diferentes círculos. Porque há que fazer um equilíbrio entre aqueles que estão mais próximos, os nomes relevantes do partido que não o apoiaram ou não assumiram posição e as ligações aos territórios, de forma a evitar criar algum tipo de mau estar.

Uma das escolhas certas para cabeça de lista é a do próprio Pedro Nuno Santos em Aveiro, distrito que não troca “por nada”, confirmou ao Público numa alusão ao facto de Luís Montenegro avançar por Lisboa e não pelo seu distrito natal, que também é Aveiro. As outras vêm das regiões autónomas, com Paulo Cafôfo pela Madeira e Francisco César pelos Açores.

Ao longo dos últimos dias, vários socialistas ouvidos pela CNN Portugal também deram como certa a escolha de Francisco Assis como número um pelo Porto. O primeiro nome escolhido pelos militantes do Porto foi João Torres, diretor de campanha de Pedro Nuno Santos e atual secretário-geral adjunto do PS.

Em Braga, a escolha deverá recair por José Luís Carneiro. Em Lisboa, depois de Duarte Cordeiro ter decidido que não quer figurar nas listas de deputados, é Alexandra Leitão – autora da moção de Pedro Nuno Santos e coordenadora do seu programa eleitoral – quem surge apontada para surgir à cabeça. Em lugar relevante deverá também surgir Marta Temido, presidente da concelhia de Lisboa e potencial candidata às autárquicas, que nas últimas corridas concorreu por Coimbra.

Na próxima terça-feira, 23 de janeiro, a Comissão Política Nacional irá reunir-se para a aprovação final, depois da luz verde do próprio secretariado [conhecido como o "núcleo duro" de Pedro Nuno Santos] às escolhas.

Relacionados

Partidos

Mais Partidos

Patrocinados