A caminho de umas eleições antecipadas, o Presidente da República aponta ainda as falhas do atual Executivo na habitação, na saúde, no combate às desigualdades e à pobreza.
Na mensagem de Ano Novo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou o que afirmou há um ano e concluiu que, “afinal 2024 será mais decisivo do que 2023” face a umas eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa.
O chefe de Estado apontou as falhas do atual Executivo na habitação, na saúde, no combate às desigualdades e à pobreza e defendeu que, a 10 de março tal como “desde 1974, é o povo e só o povo quem mais ordena”.
“Em Portugal, contas certas, maior crescimento, emprego, qualificação das pessoas, investimento, exportações são essenciais, mas também ficou claro que crescimento sem justiça social, sem redução da pobreza, e das desigualdades entre pessoas e territórios não é sustentável”, vincou Marcelo.
Por isso, um “efetivo acesso à saúde, à educação, à solidariedade social é uma peça chave para que haja justiça social e crescimento”. Além disso, o chefe de Estado apelou a “uma administração pública e justiça que possam fazer a diferença nos anos que dispomos de fundos europeus, irrepetíveis e de uso urgente”.
Por isso, um “efetivo acesso à saúde, à educação, à solidariedade social é uma peça chave para que haja justiça social e crescimento”.
Independentemente dos resultados das legislativas, Marcelo defende que todos os portugueses devem “estar atentos e motivados para para as eleições de março”, sublinhando que “2023 acabou com mais desafio e mais difícil do que aquele com que havíamos começado”.
É este o caderno de encargos para o próximo Executivo, liderado pelo socialista Pedro Nuno Santos ou pelo social-democrata Luís Montenegro.
Independentemente dos resultados das legislativas, Marcelo defende que todos os portugueses devem “estar atentos e motivados para para as eleições de março”, sublinhando que “2023 acabou com mais desafio e mais difícil do que aquele com que havíamos começado”.
“A democracia não tem medo de dar a palavra ao povo”, frisou. “Sabemos que o voto não é tudo”, sinalizando que poderá, mais uma vez, haver necessidade de entendimentos de incidência parlamentar para viabilizar um Governo à esquerda ou à direita. “Mas sem voto não há liberdade”, repetiu, admitindo que “todas as democracias são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveria ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desigualdades”.
“Os tempos serão e serão sempre mais rápidos, mais exigentes, mais difíceis e o começo desses mais de 50 anos do 25 de abril está hoje, está já na vossa decisão sobre o rumo que quereis para Portugal”, mas também para os Açores, que vai a votos a 2 de fevereiro e para as eleições europeias de 9 de junho.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que 2024 é “o ano de meio século da democracia em Portugal”, que se celebra a 25 de abril. E apesar das falhas que apontou ao atual Governo, concluiu que agora estamos melhor do que em ditadura: “A 1 de janeiro de 1974, as contas não eram certas, o primeiro choque petrolífero abanava a economia, a situação em África degradava-se e os que imigravam ultrapassavam um milhão, há meio século não era possível votar livremente”.
Há um ano, o Presidente da República defendia a importância da estabilidade política e, considerava que, perante uma maioria absoluta socialista, “2023 iria ser decisivo no mundo, na Europa e em Portugal”. Mas o tempo provou o contrário: “Ficou claro que a guerra na Ucrânia está para durar, que o antigo conflito entre dois povos ambos querendo a mesma terra se convertia novamente em guerra aberta, a inflação descia mas o crescimento não subia”. “E, enquanto durarem as guerras, a recuperação económica será mais lenta” e pesará mais “sobre os que mais sofrem, os pobres”.
A nível internacional, Marcelo considera que “devemos estar atentos às eleições norte-americanas de novembro, ao impacto das guerras na economia europeia, em que o crescimento marca passo mesmo nas sociedades mais fortes”.
Assim como também “devemos estar atentos às eleições europeias para percebermos como vai ser no tempo imediato, a abertura ao mundo e a recuperação económica”. A este respeito, o Chefe do Estado sinalizou “o fechamento e a precipitação com a segurança numa União Europeia fortaleza distante do resto do mundo e até do resto da Europa”.