Escritora e jornalista Alexandra Lucas Coelho vence Prémio Oceanos com "Líbano Labirinto"

Agência Lusa , MJC
9 dez 2022, 13:37
A escritora e jornalista Alexandra Lucas Coelho (Direitos reservados)

Foi a primeira vez que um livro de não-ficção foi escolhido para o prémio máximo pelo júri da fase final, que também distinguiu os romances "Museu da Revolução", do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, e "O som do rugido da onça", da brasileira Micheliny Verunschk, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respetivamente

O livro "Líbano Labirinto" da escritora e jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho venceu esta sexta-feira a 19.ª edição do Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, criado no Brasil e que anualmente distingue obras publicadas em língua portuguesa.

Foi a primeira vez que um livro de não-ficção foi escolhido para o prémio máximo pelo júri da fase final, que também distinguiu os romances "Museu da Revolução", do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, e "O som do rugido da onça", da brasileira Micheliny Verunschk, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Alexandra Lucas Coelho tem 14 livros publicados, entre romances, obras de não-ficção e infantojuvenis. O curador do Oceanos para o Brasil, Manuel da Costa Pinto, sublinhou que, em "Líbano Labirinto", Alexandra Lucas Coelho usa a crónica para alinhavar histórias individuais e coletivas no Líbano, um país tão ancestral quanto sacrificado por conflitos.

“O livro associa o olhar cirúrgico sobre a realidade social e política a uma sensibilidade que a todo tempo interroga a própria experiência, dentro da tradição que leva do ensaio (em sua aceção original) à crónica contemporânea, passando pela linhagem dos grandes cronistas históricos portugueses”, disse Costa Pinto, citado na mensagem de anúncio dos vencedores.

Com cerca de 500 páginas e 350 fotografias a cores, “Líbano, Labirinto”, lançado em 2021 em Portugal pela editora Caminho, centra-se nos dois grandes acontecimentos que mudaram a vida recente do Líbano: a revolução de 2019, em plena derrocada económica, e a explosão de 2020, no porto de Beirute, uma das maiores detonações não atómicas de que há registo no planeta.

“Nessa coleção de pequenas histórias de viventes no Líbano, a autora constrói um livro poderoso sobre os afetos e a guerra, a angústia e a esperança. A obra combina e atualiza géneros de tradição: a crónica, a grande reportagem, a narrativa de guerra, o testemunho e a memória”, acrescentou Joselia Aguiar, jornalista e curadora literária que fez parte do júri do Oceanos que elegeu a obra.

Relacionados

Artes

Mais Artes

Patrocinados