"E salta Pedro, e salta Pedro, olé": agora tens o Costa para te amparar no meio-campo dos indecisos

2 mar, 23:10
António Costa e Pedro Nuno Santos na campanha do PS no Porto (LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS)

A política é tal e qual um jogo de futebol. E, para ganhar, há que convencer os que ainda não escolheram equipa. O trunfo de Pedro Nuno Santos é António Costa. Não há como ele a derrubar adversários, as velhas glórias da direita. Este comício foi um estádio. E sabemos bem quem quer levar a vitória "aos 40 minutos". Este comício foi uma festa. Vamos lá ver se se repete no dia 10

Desta vez, o rancho típico de Esposade vai ter de esperar. Vêm vestidos a rigor, com a vontade de subir ao palco do Pavilhão Rosa Mota. Alguém lhes troca as voltas. Afinal, não vão atuar. Ainda há Syro, ainda há Calema. Mas por aqui, nesta casa da música - não confundir com a outra - há mais cabeças de cartaz.

(Lusa)

É a festa socialista, pá. É a festa socialista a aquecer. Uma tarja gigante desenrola-se na bancada, bem ao estilo das claques de futebol. O ponta de lança é levado em ombros. Pedro Nuno Santos, rumo à apoteose. Mas não vem sozinho. Traz o treinador: António, António, António Costa.

A restante equipa assume a primeira fila. Augusto Santos Silva. José Luís Carneiro. Mariana Vieira da Silva. Manuel Pizarro. E outros, tantos outros notáveis, a fazer multidão. Uma multidão de quatro mil. Poucos se recordam de um comício socialista tão grande no Porto.

(Lusa)

Derrubar os adversários

Com Costa, a bola dificilmente vai à trave. "E como tenho tempo agora", mostram as estatísticas do jogo que há mais margem para atacar. E atacar quem? Quem haveria de ser? A Aliança Democrática. Se os rivais andaram a desfilar velhas glórias, Costa vem mostrar que ainda tem muito tempo em campo. Na Liga Europa, como presidente do Conselho Europeu, aponta Francisco Assis.

Costa é treinador, sim, mas não de bancada. É treinador de púlpito. Um daqueles treinadores a quem não deixaram levar a carreira futebolística até ao fim, até 2026. Há que puxar pela paixão clubística do sucessor. Imaginemos a política como um F.C.Porto-Santa Clara.

(Lusa)

"Em vez de nos deixarem chegar a 2026 para sermos avaliados, em vez de deixarem o jogo chegar aos 90 minutos, interrompem o jogo aos 40. Mas há uma diferença: mesmo aos 40 minutos, vamos ganhar as eleições".

E para isso é preciso derrubar os adversários. Um a um. Cavaco Silva, tão antigo que "governou numa época em que não havia Internet". Durão Barroso, que "percebeu que governar não era inaugurar e foi para Bruxelas". Santana Lopes, que "até queria que eles o convidassem, mas eles não convidam". E Passos Coelho, prova de que o PSD diz ao Chega para "sair pela porta, mas depois o Chega entra pela janela".

E depois a grande promessa da direita. Luís Montenegro. Tão jovem que "mostra bem a impreparação que a AD tem para governar". "Não é altura de arriscarmos com experiências". Ou melhor, "com experiências com quem não tem experiência", avisa Costa.

E tem nome para apostar na época de transferências (de poder): Pedro Nuno Santos, "um político com experiência, que já teve de decidir, já teve de fazer escolhas".

(Lusa)

Salto para a vitória

Tática definida: conquistar os indecisos. António Costa cede o palco a quem tem de lhe dar seguimento. Uma semana para o apito final, embora este domingo já alguns decidam a quem dão cartão vermelho. Vem rouco, apesar de aquecido pela rua, depois de tantos quilómetros de beijos e abraços ao povo, neste sábado, no interior de Portugal.

(Lusa)

"E salta Pedro, e salta Pedro, olé". E ele, que resiste inicialmente, acaba por ceder ao apelo da multidão. "Já tenho um video para competir com o nosso primeiro-ministro". O vídeo de que fala é de 2015, em Vila Real. Nesse ano, não houve vitória. Costa teve de fazer contas para se adiantar no marcador. Entrou pela esquerda. Pedro Nuno Santos também não fecha esse caminho.

Mas até lá, há que chamar os indecisos."Confiem em mim, confiem em nós, não vos vou desiludir". Ouve-se a multidão envolvida, já convencida antes de aqui entrar. Soltam-se os balões. Amanhã há mais. Jogo a jogo. Ponto a ponto. Voto a voto. Até se ver quem levanta a taça.

(Lusa)

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