Alverca-Paços de Ferreira, 1-1 (destaques)

21 dez 2000, 22:36

Golos bonitos sem ninguém para vê-los...

Marco Paulo e Rafael

Assim dá gosto ver jogar futebol. Marco Paulo mostra qualidades desde o tempo em que actuava no Estoril. Não engana: tão tecnicista quanto lutador, é o dínamo perfeito do meio-campo pacense. Como se não bastasse tudo o que jogou, marcou um grande golo. Rafael tem dado cartas e é uma das grandes revelações desta temporada. Começou como médio de vocação ofensiva, mas teve de recuar quando Glauber foi expulso. Acham que por isso acabou por resumir-se às funções de trinco? Nem pensar. Continuou a ir lá à frente e a dividir com Marco Paulo a liderança do meio-campo, fazendo girar o carrossel a preceito, mesmo contra chuva e relvado empapado. 

Golos

O jogo não foi entusiasmante por aí além. O tempo, o estado da relva e a ausência de público dificilmente permitiriam mais. Valeu a pena, contudo, ter estado em Alverca para ver dois grandes golos. Primeiro o de Tito, na marcação exemplar de um livre directo, mais tarde o de Marco Paulo, num remate colocado pela raiva e pela vontade de vencer que caracterizou todo o jogo do Paços. 

Guarda-redes

Jogo ingrato, com a bola quase sempre lá tão longe, um frio de rachar e a chuva que não parava de cair. Cenário propício a distracções fatais de um guardião, portanto. Ernesto e Pedro estavam, pelos vistos, precavidos e quando foram chamados a intervir a sério corresponderam. O primeiro, do Alverca, negou golos do Paços aos 34 e aos 67 minutos. O segundo evitou que os donos da casa resolvessem a eliminatória já no prolongamento, quando José António lhe apareceu mesmo à frente a cabecear. 

Expulsos

Numa primeira análise, foi mais grave que Glauber se permitisse cometer aquela segunda falta para amarelo quando ainda nem o intervalo tinha chegado e ele já tinha sido advertido. Obrigou o Paços a jogar com dez durante 75 minutos e isso não é bom para nenhuma equipa do Mundo. No entanto, tendo em conta a actual conjuntura do Alverca, marcada por inúmeras lesões no sector defensivo, a expulsão de Pedro Neves também obriga a um puxão de orelhas. Tanto mais que foram palavras dirigidas ao árbitro a três minutos do fim as causadoras do segundo cartão amarelo. Jesualdo Ferreira deve estar bem pouco contente... 

Onde é que eles estão?!

Dizer que o futebol é um desporto de Inverno é fácil. Mais complicado, está visto, é provar que se gosta dele mesmo com chuva e frio. As gentes de Alverca mostraram uma vez mais que não. Com boa vontade, deixamos uma centena de adeptos para as contas finais. É verdade que foi quinta-feira, que o tempo estava uma miséria e que não jogou no Ribatejo nenhum grande. Mas que raio - nos outros países, aqueles que enchem estádios, é tudo melhor que cá? Os adeptos são de certeza...

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