Erros no despacho da Operação Influencer e libertação dos detidos causam mal-estar no Ministério Público

CNN Portugal , AM com Lusa
16 nov 2023, 10:30
Lucília Gago

Lucília Gago pediu explicações ao diretor do DCIAP

Os erros no despacho da Operação Influencer levaram a procuradora-geral da República a convocar reuniões urgentes com a cúpula do Ministério Público. De acordo com o jornal Público, Lucília Gago reuniu-se com o diretor do DCIAP, Francisco Narciso, para pedir explicações sobre o que se passou.

Depois dessa reunião, o Ministério Público decidiu recorrer das medidas aplicadas aos cinco detidos no âmbito da operação Influencer.

A cúpula do Ministério Público tem tido reuniões para definir o rumo do processo, que pode passar pela dedicação exclusiva dos três procuradores ao processo, sendo que outra das possibilidades em cima da mesa é o reforço de meios neste caso. 

O clima de mal-estar dentro do Ministério Público instalou-se sobretudo depois de o juiz de instrução da operação Influencer ter decidido libertar todos os detidos, fazendo também cair as suspeitas de corrupção.

As medidas de coação ficaram aquém da promoção do MP, que tinha pedido prisão preventiva para o consultor, tal como para o agora ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, cuja defesa já confirmou na terça-feira que vai recorrer da medida de coação de proibição de sair do país (com a obrigação de entrega do passaporte).

Esta investigação tornou-se pública com a operação realizada em 7 de novembro pelo MP, que envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas.

No total, há nove arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O processo está relacionado com a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

O primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, tendo o Presidente da República marcado eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

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