Portugal-Grécia, 0-0 (crónica)

31 mai 2014, 21:32

Estes gregos fazem-nos sono...

Portugal continua sem conseguir vencer a Grécia: a última vez que o fez já foi no século passado, na preparação para o Euro 96. É verdade que desta vez não perdeu, mas convém ser rigorosos: este empate está muito longe de ser um bom resultado.

Sobretudo porque a Grécia é uma seleção limitada. Tanto assim que só rematou por uma vez com perigo. Foi já nos dez minutos finais quando Fetfatzidis finalizou num remate forte para boa defesa de Beto.

Foi tudo o que a Grécia fez? Não, não foi. Nunca é.

Estes gregos têm uma característica que já lhes vem da antiguidade clássica, quando os filósofos criavam longas teorias sobre a vida, o mundo e a sociedade: são uns chatos.

Tão chatos, aliás, que dão sono. Por isso o jogo quase sempre monótono. Portugal tentou manter-se acordado, mas uma vez por outro fechava a pestana. Deixava-se levar na melancolia, embalado naquele tédio, e fechava a pestana até acordar sobressaltado.

Geralmente acordava depois de uma bola parada: a única forma de criar perigo, aproveitando aliás alguns buracos estranhos na defesa da geralmente compacta e concentrada defesa grega.

Confira a ficha do jogo e recorde o ao minuto

Paulo Bento testou um esquema alternativo, através de uma clássico 4x4x2, que entregava a Miguel Veloso e William Carvalho o centro do meio campo. Dois jogadores, está bom de ver, que são melhores a distribuir do que a romper, pelo que faltava alguma criatividade naquela zona central.

Também por isso, ou sobretudo por isso, Paulo Bento pedia a um dos extremos que fletisse para o centro a pegar na bola, abrindo espaço à subida do lateral por esse flanco.

Apesar de Portugal ter a posse de bola e o controlo do jogo, geralmente não conseguia transformá-lo em oportunidades de golo. A não ser, lá está, nas bolas paradas. É verdade que dessa forma, e sobretudo nos primeiros minutos, teve várias oportunidades para marcar, mas Bruno Alves e Ricardo costa não conseguiram ultrapassar o guarda-redes Karnezis.

Tal como Éder, um pouco antes, numa oportunidade de golo no primeiro minuto que foi a única verdadeiramente nascida de uma bola corrida. 

Destaques: Miguel Veloso, pelo menos rematou 

A meio da segunda parte Paulo Bento decidiu mudar tudo e devolveu a equipa ao 4x3x3 normal, com a entrada de Ruben Amorim: William Carvalho continuou a ser o pivô defesivo e Miguel Veloso tinha mais liberdade para subir no terreno. Hugo Almeida ficou então como único ponta de lança, apoiado nas alas por Nani e Varela, mais tarde Vieirinha.

O regresso a uma estratégia mais familiar podia fazer Portugal sentir-se mais cómodo, mas não foi isso que aconteceu. Curiosamente a Grécia subiu no terreno, causou um ou outro momento de pânico na defesa nacional e teve o tal remate perigoso de Fetfatzidis que Beto defendeu.

O jogo acabou sem golos e, lá está, chato, chato, chato.

Faltou o nervo de um jogo a sério e faltaram muitos jogadores a uma equipa nacional que terá de ser diferentes com Ronaldo, Fábio Coentrão e João Moutinho, por exemplo.

Mas nem isso esconde o essencial: Portugal soma seis jogos sem ganhar à Grécia, que cada vez mais é uma espécie de besta negra, e não consegue endireitar aquela tendência para fazer maus ensaios gerais no início da preparação para uma grande competição; depois dos empates com Macedónia e Cabo Verde e da derrota com a Turquia, este empate com a Grécia.

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