Brasil-Alemanha, 1-7 (destaques)

8 jul 2014, 23:26

Kroos-Khedira-Ozil, o trio maravilha do meio-campo alemão

* enviado-especial ao Brasil

Trio maravilha

Difícil definir onde começa uma coisa e acaba a outra, mas o desastre absoluto do Brasil naquela meia hora inicial tem tanto do desnorte da dupla Fernandinho-Luiz Gustavo e das descompensações defensivas no flanco esquerdo como da lúcida e implacável eficiência do trio Kroos-Khedira-Özil. Foram dos três as combinações geométricas que destroçaram as linhas rígidas com que Scolari tentou montar a sua equipa, num meio-campo que passou a ter Schweinsteiger como motor de arranque.

Lahm

O debate sobre a posição que deve ocupar em campo parece, por agora, encerrado. Não só porque a presença de Schweinsteiger permite libertar Khedira para terrenos avançados, onde desequilibra muito, mas também porque a profundidade que dá à equipa quando joga a lateral vale golos. Neste caso, fez o cruzamento para dois e formou com Müller uma ala direita insaciável que, de caminho, tirou Hulk da história do jogo.

Müller

Mais um golo e uma série de ações determinantes para o homem que, salvo imprevisto, poderá suceder a Klose no topo da lista de marcadores em Mundiais, daqui por quatro ou oito anos. Tem um lado irritante, na forma como simula quedas e agressões, mas isso não apaga a evidência de ser um jogador magnífico que, neste papel de falso ala, que se converte em segundo avançado, ao lado de Klose, é quem mais beneficia dos passes iluminados de Özil, Kroos e companhia.

Klose

A partir desta noite, é o homem com mais golos marcados em fases finais de Campeonatos do Mundo, com um impressionante total de 16 em quatro edições. O requinte de malvadez levou-o a bater o recorde de Ronaldo, sob o olhar deste, que comentava o jogo na TV, no dia em que o Brasil sofreu a pior derrota de sempre. Não foi especialmente determinante no destroçar da seleção brasileira – um papel que coube, em doses iguais, ao trio Khedira, Kroos, Özil e à abordagem tática suicida de Scolari. Bastou-lhe estar no sítio certo, à hora certa para aproveitar, e ganhar no Mineirão o seu lugar nos livros de registos. No fundo, aquilo que sempre fez ao longo da carreira.

David Luiz

Foi o último brasileiro a sair do campo, lavado em lágrimas e pedindo desculpas aos adeptos. Ninguém terá sentido mais do que ele a dimensão do desastre brasileiro: na ausência de Thiago Silva, não herdou apenas a braçadeira, mas também o estatuto de líder em campo. Foi isso que tentou impôr desde os primeiros minutos, na linha do excelente Mundial que vinha fazendo até aqui. Mas foi seu o erro inaugural, que fez ruir o castelo de cartas, dando demasiado espaço a Müller no canto com que a Alemanha iniciou a demolição do escrete. A partir daí, sempre combativo, fez os possíveis para ir tirando água de um barco que se afundava de forma cada vez mais irremediável.

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