Guerra de gangues acaba em tragédia. 46 mulheres mortas em motim numa prisão das Honduras

TVI , MSM
21 jun 2023, 17:22
Familiares de presas esperam por notícias, após o motim que causou 48 mortes, em Tamara, nas Honduras  (AP/Elmer Martinez)

O ataque terá sido planeado com o conhecimento dos guardas. A presidente das Honduras, Xiomara Castro, prometeu tomar "medidas drásticas"

Morreram 46 mulheres num motim no Centro Feminino de Adaptação Social, uma prisão feminina em Tamara, nas Honduras, apontou um porta-voz do Ministério Público, citado pela CNN Brasil. Os primeiros relatos apontavam para 41 mortas e sete pessoas feridas.

Vinte e seis das vítimas morreram queimadas, disse Yuri Mora, porta-voz da agência nacional de investigações da polícia das Honduras. As outras foram baleadas ou esfaqueadas.

Há semanas que as presas se queixavam de receber ameaças dos gangues. Johanna Paola Soriano Euceda, cuja mãe e irmã aguardavam julgamento por tráfico mas estavam detidas com mulheres condenadas, conta que estas se queixaram da última vez que falaram. Disseram-lhe que "elas (membros do Barrio 18) estavam fora de controlo".

Permanece uma incógnita como é que o gangue Barrio 18 conseguiu introduzir armas e machetes na prisão.

A comissária-adjunta do sistema prisional, Sandra Rodríguez Vargas, explicou que as agressoras retiraram os guardas das instalações, abriram um bloco de celas e pegaram-lhe fogo, atacando as mulheres que aí estavam.

Numa publicação no Twitter, a presidente das Honduras, Xiomara Castro, mostrou-se "chocada com o monstruoso assassinato de mulheres" na prisão. Segundo a governante, que prometeu tomar "medidas drásticas", o incidente foi "planeado por gangues com o conhecimento e consentimento da segurança".

A sua primeira medida foi substituir o ministro da Segurança, Ramón Antonio Sabillón, pelo chefe da polícia nacional, Gustavo Sánchez.

A chefe do sistema prisional, Julissa Villanueva, acredita que o motim foi uma reação à repressão do governo contra a corrupção nas prisões e o crime organizado. "Não vamos recuar", garantiu a responsável.

Este foi o motim mais mortífero num centro de detenção feminino na América Central, desde 2017. Nesse ano, raparigas que estavam num centro para jovens problemáticas atearam fogo a colchões, como forma de protesto contra violações e maus-tratos, mas a situação descontrolou-se. Morreram 41 raparigas.

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