Detidos protesta contra a sobrelotação do estabelecimento e a falta de assistência médica, na sequência da morte de um dos presos
Uma organização não-governamental (ONG) venezuelana disse que três polícias ficaram feridos num motim ocorrido no domingo no centro de detenção policial de Los Guayos, a 160 quilómetros a oeste de Caracas.
Os três polícias foram sequestrados por 47 dos 251 detidos no Centro de Coordenação Policial de Carabobo (CPC), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), onde protestaram contra a sobrelotação do estabelecimento e a falta de assistência médica, na sequência da morte de um dos presos, indicou a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) de defesa dos direitos dos presos.
Os polícias feridos, um dos quais com vários traumatismos, foram transportados para o Hospital Enrique Tejera, acrescentou. Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver um dos polícias ser encostado as grades pelos detidos.
Así se registra el secuestro de dos funcionarios de la PNB en los calabozos del estado #Carabobo. Se conoció que ayer falleció un preso que padecía de diabetes en este mismo centro policial. pic.twitter.com/rtQDqc0ERT
— Obs. V. de Prisiones (@oveprisiones) May 1, 2022
Na origem do protesto esteve a morte do detido Samuel Falas, por alegadamente não ter recebido assistência médica no CPC.
Fontes policiais disseram que os detidos “exigem respeito pelos seus direitos e serem transferidos para outras prisões”.
As autoridades tinham iniciado a transferência de 72 detidos para o estabelecimento de Tocuyito, a 25 quilómetros a sul, com familiares a exigir informações sobre o estado de saúde dos detidos e, em alguns casos, sobre o local onde se encontram, indicaram.
"A Venezuela tem uma capacidade para 20 mil presos e há cerca de 32 mil nas prisões, enquanto nos centros de detenção policiais contam-se perto de 35 mil detidos", de acordo com a diretora da OVP, Carolina Giron.
Nos calabouços de Los Guayos, "estão 251 detidos e a estrutura tem cinco calabouços para um máximo de 40 pessoas", disse Giron à agência de notícias France-Presse.
O Governo de Nicolás Maduro prometeu, em várias ocasiões, "humanizar as prisões", quando o país atravessa uma crise económica em precedentes.