ATP exige regresso de atletas russos e bielorrussos, COI abre a porta

7 dez 2022, 19:03
Daniil Medvedev no Open da Austrália (EPA/DEAN LEWINS)

Circuitos mundiais de ténis deixam aviso particular à associação britânica de ténis. Comité Olímpico Internacional mantém «firmeza» nas sanções, mas está a «explorar vias» para regresso

O circuito masculino ATP e o feminino WTA ameaçaram, esta quarta-feira, a associação britânica de ténis (LTA), com a suspensão de todos os torneios caso os jogadores russos e bielorrussos não sejam autorizados a jogar em 2023.

A LTA comunicou que foi pressionada por ATP e WTA, para que autorizassem os jogadores russos e bielorrussos a jogar em 2023, depois de terem sido proibidos no ano anterior de participar nos torneios, acrescentando que está «profundamente dececionada» pela «espantosa falta de empatia para com a situação na Ucrânia e uma clara falta de compreensão das circunstâncias únicas» que o país enfrenta.

Além disso, a ATP decidiu multar a LTA em cerca de 953 mil euros, depois de esta ter banido os jogadores russos e bielorrussos das competições britânicas. Tratou-se de uma decisão unilateral das entidades locais, sem qualquer diálogo com os circuitos e Federação Internacional (ITF). Já a WTA impôs uma multa de cerca de 713 mil euros à LTA e de 237 mil ao All England Lawn Tennis Club, que organiza o torneio de Wimbledon.

O torneio do Grand Slam londrino, que é uma competição independente, também tinha recusado jogadores russos e bielorrussos. Em resposta, a ATP e WTA decidiram retirar todos os pontos do ranking atribuídos neste torneio.

«Vamos preparar a nossa resposta e aguardar o resultado do nosso recurso contra a decisão e sanção da WTA», concluiu a declaração da LTA.

Por outro lado, esta quarta-feira, o Comité Olímpico Internacional admitiu estar a «explorar vias» para o regresso de atletas russos e bielorrussos às competições internacionais, mas mantém a «firmeza» nas sanções.

«As sanções contra a Rússia e a Bielorrússia continuam em vigor, em função da atual situação [ndr: de guerra na Ucrânia]», referiu Thomas Bach, em conferência de imprensa transmitida online, a partir da Suíça.

Bach reforçou que «os atletas não podem ser castigados pelo que fazem os governos dos seus países» e disse que está preparado para iniciar uma «missão unificadora», com vista a não penalizar os que pretendem competir em provas internacionais.

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