Conflitos no Mar Vermelho estão a “tornar-se um problema” para a EDP

ECO - Parceiro CNN Portugal , Jéssica Sousa
17 jan, 10:58
Miguel Stilwell d'Andrade (Lusa/Miguel A. Lopes)

Há várias empresas afetadas. Há quem estime uma triplicação do preço dos contentores

A crise no Mar Vermelho provocada pelos ataques dos Houthis na região está a perturbar a execução de projetos da EDP na Ásia e o transporte de materiais oriundos daquele continente. O CEO da empresa, Miguel Stilwell, frisa que a energética “tem flexibilidade” mas admite preocupação caso a situação se continue a agravar.

Em entrevista à CNBC, esta quarta-feira, em Davos, Miguel Stilwell admite que os conflitos no mar Vermelho têm-se “tornado um problema” por significarem “mais tempo e mais custos”, quer na execução de projetos naquela região, quer no transporte de materiais necessários para a montagem de infraestrutura noutros mercados onde a EDP está presente. “É uma preocupação.”

Embora tenha deixado claro que a EDP “tem flexibilidade nos projetos que constrói”, não exclui a hipótese de o conflito se vir a tornar um problema mais gravoso no futuro. “Se piorar, vai-se tornar num problema“, admitiu.

À semelhança da EDP, várias industrias têm admitido impactos nas suas operações como resultado do conflito no Mar Vermelho. No setor dos transportes, fabricantes como a Tesla, Volvo ou a japonesa Suzuki admitiram suspender a produção de alguns modelos, uma situação que já se está a refletir nas empresas portuguesas fornecedoras de componentes automóveis.

Por seu turno, também as transportadoras admitem um aumento dos custos de transporte. Ao ECO, Mário de Sousa, CEO da Portocargo, estima uma triplicação do preço dos contentores desde o início desta crise, enquanto o percurso pelo Canal da Boa Esperança acresce, em média, entre 12 a 15 dias ao tempo de trânsito.

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