Em entrevista à CNN Portugal, o bastonário Miguel Guimarães alertou ainda para a necessidade de acelerar a vacinação de reforço e começar a preparar meios para uma quarta imunização
Em entrevista à CNN Portugal, o bastonário da Ordem dos Médicos revelou que as atuais previsões do Instituto Superior Técnico apontam para que Portugal atinja um máximo de "100 mil casos no pico máximo” desta vaga provocada pela variante Ómicron, que deverá ocorrer nos dias 20 e 24 de janeiro.
O bastonário explica que este aumento deverá espelhar-se em cerca de 2.200 pacientes internados em enfermarias e até 225 utentes em unidades de cuidados intensivos, valores muito distantes do que se verificou no início de 2021.
Atraso na vacinação de reforço
Miguel Guimarães a considera que o país está atrasado na administração das doses de reforço da vacina contra a covid-19 e que é imperioso acelerar o ritmo de imunização nos próximos dias.
“O número de mortes, relativamente às pessoas que têm estado internadas, é pelo menos sete vezes maior nas pessoas não vacinadas no que nas pessoas vacinadas. É importante as pessoas terem esta noção”, destaca.
Diminuição do tempo de isolamento para doentes assintomáticos
Quanto à diminuição do tempo de isolamento para doentes assintomáticos, o responsável da Ordem dos Médicos considera que a medida deveria ser alargada também para doentes com sintomatologia ligeira.
Miguel Guimarães realça ainda que o tempo não parou desde que Graça Freitas anunciou a redução para sete dias de isolamento e que, neste momento, já faria mais sentido implementar um afastamento social de apenas cinco dias, à semelhança do que foi adotado na Madeira e nos Açores.
“[A diretora-geral da Saúde] tinha definido sete dias, o tempo vai passando e cada dia conta. Hoje, se calhar já é melhor pensarmos nos cinco dias. Não é por acaso que a Madeira e os Açores já passaram para os cinco dias, porque permite-nos que as pessoas retomem mais rapidamente a sua vida normal e retirar pressão sobre o SNS”, diz.
Quarta dose da vacina contra a covid-19
Israel já está a administrar a quarta dose da vacina contra a covid-19 a doentes imunodeprimidos. O bastonário acredita que o Governo português também deveria começar a assegurar esta eventualidade.