Covid-19: dois estudos concluem que problemas com a vacinação de crianças são "extremamente raros"

CNN Portugal , HCL
3 jan 2022, 19:59
Vacinação de crianças contra a covid-19 (Manuel Fernando Araújo/Lusa)

Sintomas graves entre crianças dos 5 aos 11 anos são "extremamente raros", quase todas as crianças hospitalizadas por causa da covid-19 em seis cidades norte-americanas não estavam vacinadas

O Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) divulgou dois estudos no dia 30 de dezembro que ajudam a demonstrar a importância da vacinação das crianças contra o novo coronavírus.

Um dos estudos revela que a ocorrência de sintomas graves entre crianças de 5 a 11 anos que receberam a vacina da Pfizer-BioNTech eram "extremamente raros". O outro, que analisou centenas de hospitalizações pediátricas em seis cidades norte-americanas no verão passado, descobriu que a quase totalidade das crianças que sofreram sintomas graves por causa da covid-19 não foram totalmente vacinadas.

De acordo com o jornal New York Times, mais de oito milhões de doses da vacina Pfizer foram administradas a crianças de 5 a 11 anos nos Estados Unidos até agora. No entanto, alguns dos pais mostraram-se hesitantes em permitir que os seus filhos fossem vacinados, preferindo esperar para que haja mais evidências sobre a actuação das vacinas nas crianças.

No dia 19 de dezembro, o CDC disse ter recebido muito poucos relatos de sintomas graves após a administração de vacinas nas crianças. A agência avaliou relatórios recebidos de médicos e respondeu a pedidos de investigação de pais ou tutores de cerca de 43.000 crianças nessa faixa etária.

 

Muitos dos casos clínicos de crianças avaliados pelo CDC estão relacionados com dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça, especialmente após a segunda dose. Aproximadamente 13% dos entrevistados relataram febre após a segunda dose.

O CDC disse ainda que os relatos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que foi associada em casos raros às vacinas contra o coronavírus, são escassos. A agência teve acesso, até ao momento, a  11 relatórios verificados vindos de médicos, fabricantes de vacinas ou outros membros do público. Destes casos, sete crianças recuperaram e quatro estavam em fase de recuperação.

As taxas de notificação de miocardite relacionada com a vacina foram, de acordo com o CDC, mais altas entre crianças do sexo masculino e homens com idades entre os 12 e os 29 anos.

Vários pais e médicos também relataram ao CDC casos de crianças de 5 aos 11 anos que receberam a dose incorreta da vacina. No estudo, o Centro disse que estes problemas “não eram inesperados” e que a maioria dos relatos mencionou que as crianças não registaram problemas após a administração da dose que não era indicada.

No total, o CDC relata a ocorrência de duas mortes, em meninas dos 5 aos 6 anos, com condições crónicas associadas antes da toma das vacinas. “Na revisão inicial, não foram encontrados dados que sugiram uma associação causal entre morte e vacinação”, disse a agência.

No estudo sobre hospitalizações pediátricas, o CDC apresentou evidências adicionais sobre a importância de vacinar todas as crianças elegíveis. O trabalho, que analisou mais de 700 menores de 18 anos internados em hospitais com Covid-19 no verão passado, descobriu que 0,4% das crianças elegíveis para as vacinas foram totalmente vacinadas.

O estudo também descobriu que dois terços de todas as crianças hospitalizadas tinham uma comorbilidade associada, na maioria das vezes obesidade, e que cerca de um terço das crianças com 5 anos ou mais estava doente com mais de uma infecção viral.

Este estudo demonstra que as crianças não vacinadas que foram hospitalizadas por causa da Covid-19 estão sujeitas a sofrer de sintomas graves e reforça a importância da vacinação de todas as crianças elegíveis para garantir a proteção individual e proteger os menores que ainda não são elegíveis para ser vacinados”, escreveram os autores do estudo.

No geral, quase um terço das crianças necessitou de cuidados intensivos e quase 15% precisaram de ventilação médica. Entre todos os casos de hospitalização, 1,5% das crianças morreram, de acordo com o estudo que apresentou dados dos hospitais dos estados norte-americanos do Arkansas, da Flórida, do Illinois, Louisiana, Texas e de Washington, D.C.

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