"Estamos de consciência tranquila": Miguel Albuquerque garante que não se vai demitir na sequência das buscas na Madeira

Beatriz Céu , (notícia atualizada às 16:55)
24 jan, 16:25

O presidente do governo regional da Madeira mantém a confiança no presidente da Câmara do Funchal, que foi detido esta quarta-feira na sequência das buscas da PJ e do MP. "Detido é uma palavra que pode ter várias interpretações", assumiu Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque garantiu esta quarta-feira que está "de consciência tranquila" e que não se vai demitir mesmo que seja constituído arguido na sequência das buscas por suspeitas de corrupção e outros crimes associados que envolvem os mais altos titulares de cargos públicos e políticos na Madeira.

"Não me vou demitir porque vou colaborar com a Justiça", frisou o presidente do governo regional da Madeira, em declarações aos jornalistas, afirmando ter "a certeza" de que mantêm a confiança política dos madeirenses. Afinal, diz, "os madeirenses conhecem-me há bastante tempo".

Miguel Albuquerque lembra que está no governo regional da Madeira "há quase nove anos", depois de ter sido autarca da Câmara do Funchal "durante 19 anos". Durante todos esses anos, "nunca fui acusado de nada e sempre tive a minha independência económica e sempre tive uma postura correta perante os empresários e perante a sociedade", acrescenta.

"Do meu ponto de vista, não houve corrupção nenhuma, a mim ninguém me compra. Eu nunca roubei nada, nunca pedi nada a ninguém, nunca ninguém me comprou, e o meu governo continua a governar, que é o que interessa", resume.

Questionado sobre se pretende pedir o afastamento do autarca do Funchal, Pedro Calado, que foi detido na sequência destas buscas, Miguel Albuquerque responde que "detido é uma palavra que pode ter várias interpretações". "Pode ser detido para ser ouvido", aponta, assegurando que mantém a confiança no autarca, que considera ser "um político com grande qualidade".

Além de Pedro Calado, também Avelino Farinha, líder do grupo AFA no Funchal e Caldeira Costa, líder do grupo AFA em Braga foram detidos no âmbito das mais de 100 buscas levadas a cabo esta manhã pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP)

Pedro Calado, até aqui considerado o potencial sucessor de Albuquerque à frente dos destinos do PSD/Madeira, foi vice-presidente do governo regional até ter assumido a liderança da câmara, em 2021. Antes, trabalhava para o grupo empresarial AFA, que detém os hotéis Savoy – e é com este grupo que o MP considera que Pedro Calado tem um pacto corruptivo, de favorecimento com as devidas aprovações de licenciamento camarário, em troca de contrapartidas.

Mas há suspeitas de corrupção também para Miguel Albuquerque e outros altos decisores políticos do poder regional, nas relações de alegada promiscuidade com grupos económicos. Segundo o presidente do governo regional, o inquérito que está em curso incide sobre a adjudicação de obras públicas, sobre o concurso do teleférico do curral das freiras, o licenciamento do primeiro negócio imobiliário de luxo da marca CR7 na Praia Formosa e o concurso dos autocarros para a região.

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