Irão ataca Iraque e Síria com mísseis balísticos por causa da Mossad

CNN Portugal , DCT, com Lusa
16 jan, 09:53
Ataque em Arbil (Getty Images)

França e EUA já reagiram aos ataques das últimas horas, que ocorrem num momento de tensões em Gaza e no Mar Vermelho

O Irão lançou mísseis balísticos na zona de Arbil, no Curdistão autónomo no norte do Iraque, contra aquilo que diz ser alvos ligados a “espiões do regime sionista [Israel]” no Iraque, onde atingiu uma área perto do consulado dos Estados Unidos. 

Nas últimas horas, os Guardas da Revolução de Teerão também atacaram a Síria, alegando que visavam uma base do grupo extremista Estado Islâmico.

“Em resposta às recentes atrocidades do regime sionista [Israel], que causou a morte de comandantes da Guarda e do Eixo da Resistência, um dos principais quartéis-generais de espionagem da Mossad na região do Curdistão iraquiano foi destruído com mísseis balísticos”, disse um porta-voz dos Guardas da Revolução do Irão, citado pela Reuters.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Nasser Kanaani, afirmou que Teerão respeita a soberania e a integridade territorial de outros países, mas que, ao mesmo tempo, age em defesa da sua soberania e segurança, bem como para combater o terrorismo, utilizando, assim, o seu “direito legítimo e legal de dissuadir ameaças à segurança nacional”, cita a Reuters.

Os ataques ocorrem num momento de preocupação sobre a escalada do conflito que começou em outubro em Gaza, com Israel a combater o Hamas, e que, nas últimas semanas, se espalhou pelo Médio Oriente, com, diz a Reuters, Líbano, Síria, Iraque e Iémen a entrar em cena, sendo o impacto já notório no Mar Vermelho, onde os EUA e o Reino Unido já lançaram ataques contra os Houthis, que têm vindo a bombardear navios israelitas, de aliados de Israel ou que se desloquem para Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque condenou os disparos de mísseis, uma ação que considerou uma “agressão visando a soberania do Iraque e a segurança da população”. As autoridades iraquianas asseguram que “vão tomar todas as medidas legais” necessárias, incluindo “uma queixa junto do Conselho de Segurança” da ONU. Omed Khoshnaw, o governador de Arbil, diz que o ataque iraniano, que causou quatro mortos, é “terrorista, um ato desumano que foi perpetrado”, disse ao Rudaw.

A França também já reagiu ao ataque levado a cabo pelos Guardas da Revolução iranianos em Arbil e afirmou que representa uma “violação flagrante, inaceitável e preocupante” da soberania do Iraque e que contribui para a escalada regional e deve cessar as suas ações.

O departamento de Estado norte-americano e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca criticaram igualmente os ataques, numa reação à ação dos Guardas da Revolução iranianos contra alvos no Iraque e na Síria. “Nenhum elemento, nem qualquer instalação norte-americana foram atingidos”, acrescentou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca Adrienne Watson.

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