Iraque condena ataques do Irão no Curdistão autónomo

Agência Lusa , DCT
16 jan, 08:45
Bandeira do Iraque (Associated Press)

Na segunda-feira, o Irão lançou ataques contra alvos ligados ao grupo extremista Estado Islâmico [EI] e “espiões do regime sionista [Israel]” na Síria e no Iraque, onde atingiu uma área perto do consulado dos Estados Unidos, no Curdistão iraquiano.

O Governo do Iraque condenou esta terça-feira disparos de mísseis, realizados por Teerão no Curdistão autónomo no norte do país, uma ação que considerou uma "agressão visando a soberania do Iraque e a segurança da população".

As autoridades iraquianas "vão tomar todas as medidas legais" necessárias, incluindo "uma queixa junto do Conselho de Segurança" da ONU, na sequência destes ataques, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque, em comunicado.

A diplomacia iraquiana anunciou também a formação de uma comissão de inquérito para provar "à opinião pública iraquiana e internacional a falsidade das alegações dos responsáveis por estes atos condenáveis".

Na segunda-feira, o Irão lançou ataques contra alvos ligados ao grupo extremista Estado Islâmico [EI] e “espiões do regime sionista [Israel]” na Síria e no Iraque, onde atingiu uma área perto do consulado dos Estados Unidos, no Curdistão iraquiano.

Ainda no mesmo dia, o departamento de Estado norte-americano e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca criticaram os ataques, numa reação à ação dos Guardas da Revolução iranianos contra alvos no Iraque e na Síria.

"Nenhum elemento, nem qualquer instalação norte-americana foram atingidos", acrescentou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca Adrienne Watson.

Os Guardas da Revolução identificaram "os locais de reunião dos comandantes e elementos-chave ligados às recentes operações terroristas", particularmente do EI, "nos territórios ocupados da Síria que destruiu, disparando um determinado número de mísseis balísticos”, pode ler-se no Sepah News, o 'site' oficial desta divisão de elite das forças armadas iranianas.

A nota sobre este bombardeamento especificou, em concreto, que esta foi uma resposta ao duplo ataque perpetrado no início de janeiro no Irão e reivindicado pelo EI.

O grupo extremista EI reivindicou, no início deste mês, dois atentados suicidas contra uma comemoração de um general iraniano morto num ataque de ‘drones’ nos EUA em 2020.

O ataque, que ocorreu em Kerman, matou pelo menos 84 pessoas e feriu 284 numa cerimónia em homenagem ao general Qassem Soleimani.

Os ataques ocorrem num momento de tensões na região e de receios de repercussões mais amplas da guerra em curso em Gaza, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Desde o início da guerra Israel-Hamas, a 7 de outubro, milícias apoiadas pelo Irão no Iraque lançaram ataques quase diários de ‘drones’ contra bases que abrigam forças dos EUA no Iraque e na Síria, no que os grupos disseram ser uma retaliação ao apoio de Washington a Israel e uma tentativa de forçar as tropas dos EUA a deixarem a região.

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