Greves dos médicos vão marcar o verão. Conheça o calendário

4 jul 2023, 18:00

A Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos têm protestos marcados para julho, agosto e setembro

O verão não irá ser fácil na área da saúde e vai ficar marcado por várias greves de médicos, cujos sindicatos continuam sem chegar a acordo com o ministério. As últimas reuniões ainda estão para acontecer, mas a distância de posições levou a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a marcar vários protestos para julho, agosto e setembro.

Para os dias 5 e 6 de julho, quarta e quinta-feira, está marcada uma greve agendada pela FNAM a nível nacional. Segundo a FNAM, apesar de estarem agendadas as duas últimas reuniões negociais para a próxima sexta-feira e terça-feira, dias 7 e 11 de julho, subsistem 10 pontos principais de discórdia entre o sindicato e o Ministério da Saúde.

São eles o horário semanal, as grelhas salariais, o novo regime de trabalho, o trabalho ao sábado, o descanso compensatório, a redução do horário em serviço de urgência, a Saúde Pública, a universalidade dos suplementos, o limite de horas extraordinárias e o internato médico.

Em comunicado, a FNAM explica que quer “defender corporativamente a posição dos médicos, mas as questões fundamentais para que eles possam exercer, com salários dignos, horários justos e condições de trabalho capazes de garantir um SNS à altura das necessidades de toda a população”.

SIM não abre mão de uma grelha salarial “digna”

Depois de uma reunião do Conselho Nacional do Sindicato Independente dos Médicos, no dia 30 de junho, para analisar o estado atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os problemas laborais enfrentados pelos médicos e o processo negocial, foi decido partir para novas formas de luta e agendadas várias greves para julho e agosto.

O SIM garante que são evidentes “as insuficiências dos serviços de saúde”, que resultam “de muitos anos de desinvestimento no SNS”. Diz ainda que o Governo, após comprometer-se a “criar condições de fixação de médicos no SNS, não cumpriu”.

E, por isso, “as deficitárias condições de trabalho têm levado à desvinculação dos trabalhadores médicos do SNS o que, crescentemente associado às reformas por idade e à baixa retenção de jovens especialistas, está a exponenciar as gravíssimas insuficiências humanas vindas do passado”.

O SIM acrescenta que tudo fez “para atingir um acordo justo que combata a erosão de mais de 22% dos salários médicos nos últimos 10 anos” e que “não pode ficar indiferente perante o desmantelar do SNS e continuará a alertar para os défices humanos e também materiais que nele crescem todos os dias”.

Veja aqui o calendário dos protestos do SIM que tanto são de âmbito nacional, como regional:

- Greve nacional, nos dias 25, 26 e 27 de Julho;
- Greve regional no Centro, nos dias 9 e 10 Agosto;
- Greve nacional de Médicos Internos, nos dias 16 e 17 Agosto;
- Greve regional em LVT I, nos dias 23 e 24 Agosto;
- Greve regional no Alentejo, Algarve e Açores, nos dias 30 e 31 Agosto;
- Greve regional no Norte I, nos dias 6 e 7 Setembro;
- Greve regional em LVT II, nos dias 13 e 14 Setembro;
- Greve regional no Norte II, nos dias 20 e 21 Setembro;
- Greve às horas extra nos cuidados de saúde primários, de 24 de Julho a 22 de Agosto;
- Greve à produção adicional nos hospitais, de 24 de Julho a 22 de Agosto.

Apenas a Região Autónoma da Madeira escapa ao protesto, porque o SIM considera que tem havido uma “atitude construtiva e respeitadora” entre médicos e Governo Regional, que “permitiu a assinatura" de um acordo com os sindicatos.

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