Mário Ferreira era para ter embarcado no submersível agora desaparecido no Atlântico

21 jun 2023, 11:13
Submersível Titan (OceanGate Expeditions via AP)

Empresário português chegou a ter durante dois meses um lugar reservado no Titan

O empresário Mário Ferreira (presidente da Media Capital, dona da TVI, do mesmo grupo da CNN Portugal) tinha bilhete reservado para viajar no submersível Titan, que desapareceu domingo no Atlântico com cinco pessoas a bordo que visitavam os destroços do Titanic. Em abril, Mário Ferreira decidiu cancelar a reserva. A notícia foi avançada pelo jornal Público e confirmada pela CNN Portugal.

O contrato que os tripulantes assinaram faz mesmo referência à possibilidade de perigos e riscos nesta viagem. Inclui ainda várias referências a diversos imponderáveis, como eventuais falhas de equipamento. No caso de Mário Ferreira, o facto de ter decidido cancelar acabou por salvaguardá-lo do sucedido.

Na sexta-feira passada, o empresário português encontrou-se numa conferência nos Açores com Hamish Harding, explorador britânico. Conheceram-se no contexto da voo turístico que Mário Ferreira fez ao espaço a bordo do foguetão New Shepard, da empresa Blue Origin. Na altura, Hamish Harding desafiou Mário Ferreira para "uma missão ao Titanic". 

“Conhecemo-nos no grupo de astronautas da Blue Origin. E ele desafiou-me para uma missão ao Titanic", conta Mário Ferreira ao Público. O empresário português chegou a ter lugar reservado no submersível durante dois meses, mas mudou de ideias em abril. "Achei que não devia ir e não fui. Ainda bem que não fui..."

Na sexta-feira, Harding voltou a insistir com Mário Ferreira, mas o empresário português manteve a decisão, como contou ao Público: "O meu amigo que está no submarino disse-me que o meu lugar [ainda] estava livre e que eu podia ir com ele. Tínhamos estado juntos na sexta-feira e ele saiu no avião privado para ir embarcar. Eu não quis ir".

De acordo com David Concannon, conselheiro da OceanGate, empresa proprietária do submersível, o Titan tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando iniciou a viagem, pelas 06:00 de domingo (hora local). Isto significa que as guardas costeiras dos EUA e do Canadá estão numa operação em contrarrelógio para que não se esgote este suporte de vida dos tripulantes, restando agora menos de 30 horas para o fim da reserva.

No domingo, depois de partir em direção aos destroços do Titanic, pelas 06:00 (hora local), o submersível perdeu o contacto com a superfície e desapareceu no Atlântico. É que os destroços do Titanic estão quase 4.000 metros abaixo da superfície e 1.500 quilómetros ao largo de Massachusetts, uma zona que dificulta as operações de busca das guardas costeiras dos EUA e do Canadá, que rapidamente empenharam esforços conjuntos para encontrar a embarcação.

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