Medidas mais flexíveis, numa altura em que a justiça contra-ataca e outros mercados se mostram apetecíveis
A UEFA anunciou a flexibilização, com efeitos imediatos, de algumas das suas normas relativas ao fair-playComo pano de fundo, explicou o presidente da UEFA, Michel Platini, está um cenário político com menos medidas de austeridade do que em anos recentes: «O objetivo das nossas políticas mantém-se. Estamos a sair de um período de austeridade acentuada e a entrar noutro em que podemos oferecer mais oportunidades para crescimento sustentado e desenvolvimento», afirmou o dirigente francês, citado pela AP.
Na prática, a UEFA vai permitir que os clubes que não foram penalizados nos últimos anos aumentem o investimento a curto prazo na contratação de jogadores, sem necessidade de compensação imediata nas receitas, desde que provem, num «acordo voluntário» com o Comité de Controlo Financeiro, que o seu modelo de negócio é sustentável num prazo de três anos. Segundo o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, esta é a resposta à fuga de potenciais investidores: «O que temos ouvido nos últimos tempos é: por que razão havemos de investir se o investimento é proibido e tem consequências?
Infantino garante que esta medida não se destina a legitimar «a compra do sucesso», acrescentando que a figura dos «donos dos clubes que prometem muitas coisas e acabam na bancarrota» continua a ser indesejável para a UEFA. O organismo defende a ideia que a aplicação das normas de fair-play financeiro, desde 2011, se traduziram num sucesso a todos os níveis.
Segundo dados apresentados em maio deste ano, e reafirmados depois da reunião do Comité Executivo, a UEFA garante que os prejuízos globais dos clubes europeus caíram 70 por cento nos últimos três anos, de 1,7 mil milhões de euros, em 2011, para 400 milhões de euros em 2014
Segundo os dados apresentados pela UEFA, a liquidez dos clubes europeus aumentou 50 por cento entre 2011 e 2014 e a política de incentivo à aposta nas infraestruturas – estádios e centro de treino – traduziu-se em investimentos de 1.750 milhões de euros em estádios e de 2 mil milhões no futebol de formação, para o conjunto das I divisões europeias. Outro dado sublinhado pelos responsáveis da UEFA tem a ver com a diminuição do peso salarial no orçamento dos clubes nos últimos dois anos, por contraste com um aumento percentual superior nas receitas.
Segundos os números apresentados, o fair-play
UEFA been telling us tonight why Financial Fair Play has been a success. Presentation given here in Prague: pic.twitter.com/qY7zPS73XF
— Rob Harris (@RobHarris) June 29, 2015
Além do alargamento dos prazos para as medidas de
Refira-se que o Manchester City e o PSG foram, até ao momento, os clubes mais penalizados com o fair-play financeiro, tendo pago há um ano multas no valor de 60 milhões de euros por incumprimento das regras impostas pela UEFA. O anúncio da UEFA surge seis dias depois de a justiça belga