Abel: «Mundial? Vou estar de calções e chinelos»

Vítor Maia , Pavilhão Rosa Mota, Porto
20 nov 2022, 15:13
«Sou muito melhor treinador, mas como disse sou pior filho, pai, marido, tio. Não há dinheiro nenhum que recupere isso. Não imaginam a quantidade de vezes que me deitei à noite, na minha almofada, e chorei por não estar com as minhas filhas, chorei sozinho de saudades», Abel Ferreira, 31 de janeiro

O treinador português apontou ainda os próximos dois talentos do Palmeiras: Estevão e Guilherme

Abel Ferreira foi um dos oradores do terceiro e último dia da «Thinking Football Summit», evento organizado pela Liga que decorre no Pavilhão Rosa Mota. Além de ter partilhado os seus «mandamentos», o treinador explicou o quão difícil é gerir todas as pessoas que trabalham em torno do plantel do Palmeiras.

O bicampeão sul-americano pelo Verdão recorreu a exemplos concretos para frisar que o importante é delegar para gerir e liderar melhor.

«Tens de ser um gestor e líder ao mesmo tempo. Há quatro elementos na minha equipa técnica, mais três treinadores da casa. Depois o departamento médico é absurdo: temos 21 elementos. Jogamos de três em três dias, é fundamental termos massagistas e um departamento médico bem recheado. Estamos constantemente em jogo-recuperação, jogo-recuperação. Temos também um núcleo de saúde e de performance que é extraordinário», começou por dizer.

«Temos cinco pessoas na recuperação física e fisiologia, quatro elementos de scouting e análise e 19 elementos do staff de suporte. Em Portugal, por exemplo, sempre que um jogador se lesiona num treino, temos de ir a uma clínica fazer um exame. Aqui não, temos tudo dentro do clube. Até temos um cabeleireiro! (...) Se juntarmos 55 pessoas que trabalham diretamente comigo, mais 27 jogadores... como é que tenho acesso a toda a informação sem delegar para gerir e liderar? É impossível. À medida que fui crescendo como treinador, senti necessidade de delegar para gerir e liderar melhor», acrescentou. 

Ao longo da sua intervenção, Abel Ferreira apontou ainda os dois próximos talentos que vão despontar no Palmeiras, depois de Endrick. 

«Ultimamente fala-se muito do Endrick, já se falou do Veron e do Danilo. Fiquem atentos aos nomes do Estevão e do Guilherme, vão ouvir falar muito deles também», vaticinou. 

Por último, o treinador português reiterou que não vai assistir ao Mundial: «Vou andar de calções e chinelos. O futebol é importante, mas vou dedicar-me ao que é realmente importante, à minha família, que é o meu equilíbrio.»

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