Boavista-Gil Vicente, 1-2 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Bessa, Porto
5 fev 2021, 23:10

O galo deu um salto a partir do banco

Yves Baraye saltou do banco para dar o salto ao galo na classificação.

Um golo a quatro minutos dos 90 deu a vitória ao Gil Vicente no Estádio do Bessa, ante o Boavista, por 2-1, pondo fim a uma série de cinco jornadas sem vencer para a equipa de Ricardo Soares, que vinha de quatro derrotas seguidas e salta agora seis posições na tabela. O Boavista, após um triunfo moralizador em Portimão, teima em continuar cm um registo negativo em casa: apenas uma vitória em nove jogos caseiros.

O lance decisivo deixa em aberto naturais protestos do Boavista, que reclamou falta do estreante Pedro Marques sobre Cristian Castro, antes de Baraye, recém-entrado em campo, assinar o 1-2 final de pé esquerdo. Hélder Malheiro foi ver as imagens, demorou, mas considerou que o corpo a corpo entre os dois jogadores foi legal. Ou não suficiente para anular.

O lance espoletou maior emoção nos instantes finais, que podiam ter dado o empate ao Boavista em cima do apito final, mas o remate de Cristian rasou a trave da baliza de Denis (90+8m).

Foi mesmo o guarda-redes do Gil Vicente quem mais valeu aos visitantes quando o Boavista esteve melhor na segunda parte e muito mais perto do 2-1 do que sofrer nova desvantagem na partida. Exemplo maior foi a parada espetacular a um livre de Angel Gomes e também uma defesa difícil a um remate de Gustavo Sauer após o intervalo. Mas tudo isto teve uma história nos 45 minutos iniciais, que espelharam maior motivação da pantera após o descanso, fruto do empate conseguido em cima do intervalo.

Com mais dois dias de descanso a mais que o Gil Vicente - se é que assim se pode rotular um calendário intenso nesta fase - Jesualdo mudou dois jogadores face à vitória em Portimão de forma forçada, colocando Cannon e Yusupha face aos castigos de Chidozie e Paulinho. Já Ricardo Soares, após quatro jornadas com derrotas e sem ver o triunfo nas últimas cinco, mudou quase meia equipa. Foram cinco homens, três deles na defesa.

Boavista-Gil Vicente: toda a reportagem do jogo

O objetivo era claro de parte a parte, após desfechos distintos na ronda anterior, que podiam dar o Boavista, no regresso a casa, o tónico ideal para procurar uma vitória que só surgiu no seu reduto ante o Benfica.

Mas não começou da melhor maneira para o xadrez.

O Gil entrou afoito ao ataque, deixou o primeiro aviso por Lucas Mineiro e foi já quando o Boavista instalava o equilíbrio e a procura do ataque que Samuel Lino encontrou espaço entre o lateral e o central, sofrendo falta para penálti que o próprio tratou de marcar para dar vantagem aos barcelenses, aos 24 minutos.

A resposta do Boavista foi surgindo da vontade de Nuno Santos, que foi o primeiro a tentar um remate claro, além do talento de Angel Gomes em espaços curtos e da raça de Sauer, de quem saiu o cruzamento para o desvio infeliz de Paulinho para autogolo, aos 44 minutos.

Depois de uma entrada expedita do Boavista na segunda parte, que antes das ocasiões de Sauer e Angel negadas por Denis, podia ter marcado por Elis, a eficácia esteve do lado do Gil Vicente no lance mais marcante do jogo. Queixas de um lado, felicidade e três pontos na bagagem do outro. O galo picou a pantera.

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