V. Setúbal-Sporting, 0-6 (destaques)

6 jan 2016, 22:27
Vitória Setúbal-Sporting (Lusa)

«Chuta-chuta» no meio de tanto futebol do leão

FIGURA: Bruno César e o pé esquerdo que continua intratável

A inclusão na convocatória para o jogo com o V. Setúbal deixava antever que o «chuta-chuta» se estreasse mesmo nesta noite com a camisola do Sporting. Pode não ter a velocidade ou a exuberância dos «meninos» Gelson e Matheus, mas que mais se pode pedir-lhe quando está em dois golos dos leões? Fez o passe para o 1-0 de Slimani e ampliou para 2-0 já perto do intervalo. Se continua com o pé esquerdo afinado? Para quem tinha dúvidas, voltou a demonstrá-lo aos 61’, com o golo da noite. Saiu aos 70 minutos, muito aplaudido pelos adeptos do Sporting.
 
POSITIVO: Bryan Ruiz

Se o estado do relvado sugeria que os artistas teriam mais dificuldades para «dançar», Bryan Ruiz fez questão de demonstrar que, com buracos o sem eles, com o chão plano ou inclinado, não tem problemas para se expressar com a bola nos pés. Não se limitou a jogar no apoio a Slimani, surgindo várias vezes na primeira zona de construção. A forma como arranja soluções para quase tudo mesmo quando parece ter os lances praticamente perdidos chega a ser impressionante. Mais discreto na segunda parte, ainda assistiu Slimani para o 3-0. Com ele, o jogo ganha outra dimensão e Jesus só pode agradecer-lhe por isso.
 
NEGATIVO: (des)organização defensiva do V. Setúbal

Foi preciso muito trabalho para Quim Machado melhorar a organização das linhas mais recuadas da equipa sadina na primeira fase da temporada. O problema ainda não está totalmente resolvido, como de resto ficou demonstrado no jogo com o Sporting, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. O V. Setúbal foi muito macio no plano defensivo, dando muito espaço aos atacantes leoninos. Fábio Pacheco é médio e tem lacunas como central (rendeu o indisponível Rúben Semedo), mas isso não pode explicar tudo o que se passou.

CRÓNICA do V. Setúbal-Sporting: virar à esquerda e seguir em frente (até à goleada)

 

OUTROS DESTAQUES

 
Slimani:
a época ainda vai a meio e o ponta-de-lança argelino já leva 16 golos, o melhor registo desde que chegou ao Sporting. Está a ter um início de 2016 diabólico, com quatro golos em dois jogos. Depois do bis ao FC Porto no clássico de Alvalade, voltou a ser importantíssimo na goleada sobre o V. Setúbal. Foi ele quem abriu a contagem no Bonfim, tendo apontado ainda o 3-0.
 
João Mário:
estava a fazer um jogo assim-assim na primeira parte, mas cresceu e de que maneira no segundo tempo. Esteve em quase tudo o que o Sporting fez na etapa complementar! E não foi pouco. Muito inteligente na ocupação dos espaços, desposicionou a defesa sadina no lance do 3-0 e fez um grande golo aos 58 minutos, com um remate forte e colocado de fora da área. Pouco depois, bateu o livre que deu origem ao bis de Bruno César. Voltou a estar em evidência no sexto golo, com um toque primoroso para Aquilani. ENORME
 
Jefferson:
jogue quem jogar à frente dele, o lateral brasileiro está quase sempre em bom plano. Esta noite formou uma boa sociedade com Bruno César, demonstrando um entrosamento que já deve estar a ser trabalhado há várias semanas. Desequilibrou no lance do primeiro golo (abrindo para o «chuta-chuta» que cruzou para a cabeça de Slimani) e tirou mais alguns cruzamentos perigosos, principalmente nos primeiros 45 minutos.
 
William:
a árvore começa a crescer pela raiz. E William Carvalho faz parte da raiz deste Sporting de Jorge Jesus. Se os leões são avassaladores no plano ofensivo, isso também se deve a quem contribui para os equilíbrios defensivos. Está tudo dito?
 
André Horta:
foi o melhor do V. Setúbal numa noite para esquecer da equipa de Quim Machado no plano defensivo. Correu quilómetros e tentou remar contra uma maré que chegou a ser fortíssima, mas sozinho pouco ou nada se consegue.

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