Vizela-Sporting, 2-5 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Futebol Clube de Vizela, Vizela
18 jan, 22:55

Este leão não fica a soro

O Sporting saiu de Vizela com os três pontos (2-5), num jogo intenso e eletrizante com sete golos e que mantém o leão na liderança isolada antes das decisões da Taça da Liga.

Os vizelenses estiveram para deixar os leões a Soro, mas a equipa de Ruben Amorim teve capacidade para mostrar saúde, soltar as garras de líder e dar a volta a um jogo que dominou, mas que nem sempre controlou e muito às custas de dois golos sofridos nas poucas oportunidades do Vizela. Só houve mais descanso quando a vantagem foi cimentada com o 4-2 na cabeça de Coates, de regresso ao onze inicial cerca de um mês depois.

Gyökeres, em cima do intervalo, lançou a recuperação do Sporting, que só precisou de 35 segundos após o reinício para dar a volta, por Trincão. Paulinho aumentou a diferença (57m), Essende reduziu (62m), Coates (72m) limpou a imagem menos boa deixada no segundo golo do Vizela e o bis do inevitável sueco fechou as contas (86m). Foram cinco golos e ainda houve um anulado a Paulinho com recurso ao VAR e mais dois de Gyökeres que não valeram por fora de jogo.

Muitas vezes há controlo, mas não há domínio. Porém, o que se viu em Vizela foi exatamente o contrário para o Sporting, sobretudo na primeira parte. Os leões foram quase esmagadores territorialmente, encontraram espaços, jogaram constantemente, mas não marcaram e quando o Vizela foi lá, foi a sério. E até podia ter chegado ao 2-0. Acabou a sofrer o 1-1 já a caminho do oitavo minuto de compensação.

O Sporting desde cedo se instalou no meio-campo contrário e Nuno Santos deu um aviso mais sério (4m), num lance em que Hugo Oliveira – grande primeira parte – colocou o corpo à bola para evitar problemas a Buntic. Problemas que surgiriam para o Sporting, quando Alberto Soro, a cruzamento de Hugo Oliveira, cabeceou de forma exímia para o 1-0. Minuto 13: de competência do Vizela, de apuros para o leão.

Porém, a prova de que o Sporting não acusou o golo foi a reação para cima do adversário, num jogo de alta rotação e Gyökeres, numa de várias tentativas suas, a ter a maior numa bola ao ferro (18m). Prova também de que, mesmo a perder o Sporting não tinha o jogo controlado em absoluto, foi a bela saída do Vizela que acabou num remate de Samu a espreitar o 2-0 (28m). A equipa de Rubén de la Barrera nem sempre teve capacidade de ter bola continuamente, mas foi perigosa o suficiente para conseguir bater-se pelo resultado e talvez pudesse ter dado outra história ao jogo a partir deste lance...

Não deu e foi à boca do intervalo que, tal como em Chaves, o Sporting marcou e abriu caminho a nova vitória a Norte. André Narciso tinha dado cinco minutos de compensação, Paulinho até marcou (45+1m) mas o lance acabou anulado ao fim de pouco mais de dois minutos (fora de jogo de 12 centímetros) e foi Gyökeres quem atirou a contar já para lá dos 45+7m, após rotação sobre Hugo Oliveira na área. O sueco também já tinha colocado a bola no fundo da baliza sem contar (30m), mas foi mesmo dele o 1-1 em cima do descanso.

No regresso, o Sporting nem de um minuto precisou para a reviravolta, assinada por Trincão, num cruzamento na direita em que Gyökeres atacou a bola, mas esta acabou por entrar direta sem toque do sueco junto ao segundo poste. Por esta altura, já Bustamante estava em campo do lado do Vizela, na vez de Samu (apresentou queixas no final da primeira parte).

O leão embalou para evitar ficar a soro e teve Paulinho no sítio certo para o terceiro golo perto da hora de jogo, num cabeceamento irrepreensível a bater Buntic, após cruzamento de Trincão. A vantagem espelhava a toada do encontro e o Sporting parecia caminhar para uma noite sem mais sobressaltos.

Logo a seguir, Gyökeres fez o quarto golo, mas em fora de jogo e na resposta (mais uma vez), o Vizela mostrou aproveitamento. Na primeira chegada de grande perigo, reduziu por Essende. Matheus Pereira colocou no espaço, Coates até ganhou a frente ao franco-congolês, mas o avançado impôs o físico, foi premiado pela crença e isolou-se para bater Adán.

Foi o 1-0. A grande ocasião de Samu. E o golo de Essende. O Sporting teve o jogo na mão, mas por mérito do Vizela ainda sofreu. Porém, não mostrou dúvidas na sua ideia de jogo, sentido de baliza e certeza de sair com a quinta vitória seguida na Liga. Depois das feridas abertas pelo Vizela, o Sporting curou-se em pleno de qualquer percalço quando Coates, dez minutos depois, se redimiu e desviou de cabeça o livre de Pedro Gonçalves na esquerda. Depois disto, sim: o Sporting juntou em absoluto o controlo ao domínio, deu sinais de que ainda podia marcar mais e Gyökeres, tal como na primeira jornada, voltou a bisar ante o Vizela, selando o resultado aos 86 minutos.

O leão foi claramente superior, o Vizela criou-lhe sustos, mas este Sporting não quis ficar a soro.

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