Sporting-P. Ferreira, 2-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio de Alvalade
3 abr 2022, 22:31

Montanha russa com final feliz

O Sporting venceu o Paços de Ferreira com uma exibição com altos e baixos e cortou a distância para o FC Porto para apenas três pontos no topo da classificação, garantindo desde já uma vantagem de nove pontos sobre o Benfica. Os leões chegaram ao intervalo com uma vantagem curta, arrancada numa grande penalidade de Sarabia, mas depois tremeram no início da segunda parte, antes de voltarem a disparar no marcador depois das alterações promovidas por Ruben Amorim.

Duas equipas que chegaram a este momento da temporada numa boa sequência de resultados, ambas com quatro vitórias nos últimos cinco jogos. Duas equipas que entraram neste jogo com respeito pelo adversário, com demasiado respeito, num arranque de jogo demasiado congestionado. Logo após o primeiro apito de Vítor Ferreira, as duas formações fecharam-se numa curta faixa do terreno, com muitas pernas e poucos espaços para acelerar o jogo. Os leões até tinham mais bola, mas não conseguiam embalar para a área de André Ferreira, diante de um Paços que defendia em 4x5x1 e fechava muito bem os corredores.

Os leões andaram, assim, a chocar contra o muro amarelo montado por César Peixoto e a primeira oportunidade evidente até foi dos castores, com Zé Uilton a embalar pela esquerda, a invadir a área e a cruzar tenso para a entrada de Hélder Ferreira. Valei ao Sporting a boa leitura de Adán que cortou o lance com uma sapatada. O jogo estava completamente embrulhado até que, ao minuto 16, Coates resolveu o dilema, com um passe longo, a sobrevoar a zona congestionada e a lançar Paulinho. O avançado entrou na área, contornou André Ferreira, mas caiu logo a seguir tocado pelo guarda-redes. Vítor Ferreira ainda considerou simulação do avançado, mas, alertado pelo VAR, foi rever as imagens e acabou por atribuir o penálti que Sarabia, com  classe, converteu no primeiro golo do jogo.

Um golo que, nos primeiros instantes, parecia que ia mudar definitivamente o jogo, com Gaitán e Hélder Ferreira a abrirem sobre as alas, mas por pouco tempo. O argentino, como Ruben Amorim tinha pedido, em forma de desejo, acabou por deixar cedo o jogo em dificuldades, depois de ter sido assistido duas vezes no relvado, e o jogo voltou a embrulhar-se. Havia mais espaços, havia mais velocidade, mas praticamente não houve novas oportunidades até ao intervalo, com exceção para um remate de Pote, muito por cima da trave. O Paços ainda fez um último esforço para anular a vantagem dos leões antes do descanso, mas também sem grande sucesso.

A verdade é que o golo solitário da primeira parte obrigava o Paços a arriscar mais para não voltar a casa de mãos a abanar. E, assim, foi, a equipa de César Peixoto entrou a mandar no jogo, prendendo os leões no seu meio-campo e gerindo o jogo com uma elevada posse de bola. O Sporting não conseguia sair a jogar, limitando-se a afastar a bola a sua área, com pontapés longos que davam origem a uma nova investida dos castores. A equipa de Ruben Amorim recuou de tal maneira que chegou a arriscar passes curtos dentro da área de Adán sobre forte pressão dos castores.

Três bolas nos ferros até ao golo de Nuno Santos

Ruben Amorim não estava nada satisfeito com o que estava a ver e chamou Ugarte e Edwards para a contenda, abdicando de Palhinha e de Pedro Gonçalves que fez apenas um remate e passou ao lado do jogo. O jogo mudou da noite para o dia. Os leões assumiram finalmente as rédeas do jogo e o Paços recuou em toda a linha.

Seguiram-se oportunidades atrás de oportunidades, com três bolas nos ferros em poucos minutos. Edwards entrou muito bem e foi ele que, de calcanhar, serviu Matheus Nunes para o primeiro remate que, depois de um desvio de André Ferreira, foi ao poste. Logo a seguir foi o próprio jogador inglês que atirou à trave. O Paços já não respirava nesta altura e Sarabia, que já era o melhor em campo, cresceu ainda mais e também fez abanar a baliza de André Ferreira com uma bomba na trave. Entre os remates aos ferros, ainda houve espaço para uma cabeçada de Paulinho para a defesa da noite de André Ferreira.

Uma avalanche tão grande só podia acabar em golo que acabou por chegar, aos 72 minutos, na sequência de um grande passe de Ugarte e uma boa finalização de Nuno Santos que correu de imediato para os braços de uruguaio. Alvalade, depois dos momentos de ansiedade, explodia em festa e Ruben Amorim completava a transformação da equipa com as sucessivas entradas de Slimani, Esgaio e Bragança.

Com o Paços encostado às cordas, sem ter feito um único remate enquadrado ao longo de todo o jogo, prosseguiram as oportunidades dos leões, com destaque para mais um remate do imparável Sarabia e para uma tentativa de chapéu de Slimani. Até ao final do jogo, o Paços não voltou a assustar e limitou-se a tentar estancar as investidas dos leões. Uma vitória importante para o Sporting que volta a colocar pressão sobre o líder FC Porto, que fecha a jornada esta segunda-feira, e aumenta a vantagem sobre o Benfica a pouco mais de uma semana do dérbi.

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