Sp. Braga-Benfica, 0-1 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Municipal de Braga
17 dez 2023, 22:46

Nórdico dá liderança à águia a frio

A frio, por um nórdico, para agarrar a liderança no Minho e dormir no topo antes do Sporting-FC Porto.

O Benfica passou em Braga num duro teste (0-1), com um golo madrugador de Casper Tengstedt a fazer a diferença, num jogo em que, quem ganhasse, sabia que iria agarrar o primeiro lugar e colocar pressão no leão e no dragão. Ainda mal os motores tinham aquecido quando, aos três minutos, o dinamarquês finalizou uma jogada que castigou os minhotos, após um erro de Zalazar a meio-campo.

Numa semana de grandes decisões, a equipa de Roger Schmidt agarrou a Europa em Salzburgo e fez o que, por exemplo, o Sporting não fez na Pedreira, onde empatou.

Com António Silva de regresso ao onze, foi na defesa que o Benfica cedo ficou condicionado – Morato amarelado aos dois minutos – num lance que deu um livre para o Sp. Braga que acabou… no golo do Benfica. João Neves aliviou o livre de João Moutinho, Zalazar errou depois no miolo, João Mário ficou com a bola, lançou Kökçü e este a conclusão de Tengstedt.

Foi cedo. Mas foi decisivo. O dinamarquês tinha marcado pela última vez para decidir o dérbi na Luz, que deu a liderança. E voltou a repetir a dose.

Golo madrugador e vertigem

O golo do Benfica deu outro contexto ao jogo, o Sp. Braga procurou anular a desvantagem e talvez por isso o jogo entrou em vertigem até perto dos 30 minutos. Bola cá, bola lá, alguns passes errados, precipitações, más decisões e desperdício. Estando na frente do marcador, o Benfica também jogou algo na expectativa: fechou-se bem e, com saídas rápidas, teve várias vezes espaço nas costas da retaguarda minhota.

Rafa até marcou, numa chapelada aos 12 minutos, mas o golo foi anulado por posição irregular. Por essa altura, já o Sp. Braga ia dando sinais de não estar confortável e seguro, sobretudo, na defesa. Serdar e José Fonte foram batidos em vários lances individuais, com o Benfica a descobrir espaços e a causar perigo com o ziguezaguear de Rafa, em noite sim na Pedreira.

O jogo estava animado e prova disso foi o remate de Álvaro Djaló, que levava selo de golo (14m), não fosse a enorme defesa de Trubin, decisivo para segurar o 1-0, como provaria também o que foi final do jogo. Na resposta, Di María quase fez o 2-0, atirando ao ferro (17m).

Exemplo da falta de definição do Sp. Braga no ataque foi um lance em que Banza, que tinha Bruma completamente solto para atacar a baliza, demorou, demorou… e perdeu a bola (23m). Do outro lado, Rafa voltou a causar o pânico ao fugir a Serdar, mas a bola bateu na malha lateral do lado de fora, como bateu nova tentativa de Djaló para o 1-1, em cima do intervalo, numa altura em que Artur Jorge já tinha tirado Zalazar (aos 31m), numa noite desinspirada.

João Mário no desperdício e a reação minhota travada em Trubin

Logo a abrir a segunda parte, João Mário desperdiçou uma enorme ocasião para o 2-0 após trabalho de Rafa. Matheus manteve o Sp. Braga agarrado ao resultado e a reação surgiria mais tarde.

Já com Niakaté no lugar de Serdar e com Musa na vez de Tengstedt, o Sp. Braga ganhou fôlego e capacidade de estar com continuidade no meio-campo do Benfica. Encostou a águia atrás e Ricardo Horta até marcou, mas o golo foi anulado por um fora de logo milimétrico (68m). Antes, já Trubin tinha negado o empate a Banza, após boa combinação com Djaló.

Os minhotos fizeram por justificar o empate, correram mais riscos, mas acabaram por não sofrer tanto atrás e o Benfica acabou a dever – e muito – a Trubin os três pontos. Se Tengstedt fez o golo decisivo a frio, o ucraniano, com um final a ferver e de expectativa, negou um empate certo a Banza. A defesa, com a perna, teve tanto de espetacular como decisiva, impediu um final menos penalizador para o Sp. Braga e selou os três pontos a um Benfica que vence pela primeira vez no Minho nos últimos cinco jogos.

 

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