Paulinho, o desbloqueador
Desperdício, atrás de desperdício. Até aos 77 minutos, assim se resumia o Portimonense-Sporting desta noite que os leões dominaram em toda a linha.
Mas havia Paulinho, no banco, à espera de fazer aquilo que os adeptos leoninos tanto lhe pedem: resolver jogos.
O Sporting venceu, com um golo solitário do avançado português, mas, para trás, ficaram bolas aos ferros, um penálti falhado e um rol de chances desperdiçadas que merecem a atenção de Ruben Amorim.
Com cinco alterações do lado leonino e três no Portimonense, o Sporting teve sempre mais bola, mas os algarvios, com vários jogadores recuados, foram defendendo com mestria.
Aliás, a estratégia de Paulo Sérgio foi clara desde o início: defender.
A posse de bola foi praticamente exclusiva dos leões; mas, tal como tendo sendo hábito nos últimos jogos dos comandados de Ruben Amorim, as dificuldades em chegar ao último terço, no início da partida, eram muitas.
O primeiro lance de perigo aconteceu ao minuto 16. Após um canto batido por Edwards, a bola sobrou para Pote que rematou para defesa de Nakamura.
Na recarga, Morita ia marcando, mas Pedrão salvou em cima da linha de golo.
O lance fez despertar uma das principais características do Sporting deste ano: o desperdício.
Em menos de cinco minutos, os leões tiveram duas chances claras para marcar: na primeira, aos 27’, Pote falhou dentro da área, após passe atrasado de Nuno Santos; na segunda, Edwards antecipou-se a Seck, mas na hora decisiva, rematou muito ao lado.
E o pior ainda estava para vir.
Aos 40’, os leões beneficiaram de um penálti. Após indicação do vídeo-árbitro, Gustavo Correia assinalou grande penalidade devido a uma falta de Ouattara sobre Nuno Santos, feita no limite da área. Chamado a converter, Pote atirou muito por cima.
A segunda parte começou como havia terminado a primeira.
Logo aos 46m, o Sporting quase se adiantou no marcador. Edwards cruzou pela esquerda e Park ia fazendo um auto-golo. A bola bateu na barra.
O Sporting entrou com vontade de marcar, mas a vontade ora esbarrava na ineficácia dos seus jogadores, ora no “muro” Nakamura – que, aos 52m, assinou a defesa da noite, após um remate ao ângulo de Pedro Gonçalves.
O mesmo Pote que, aos 65m, atirou mais uma bola ao poste.
Como se vê, toda a segunda parte foi dominada em completo pelos leões – o Portimonense raramente atacou.
Mas a solução, para o Sporting, estava no banco.
Tantas vezes criticado por ter aquela falta de instinto matador que deve caracterizar qualquer ponta de lança, desta vez Paulinho entrou para resolver o que parecia impossível.
Acabado de entrar há três minutos, o atacante recebeu um passe picado de Pedro Gonçalves e rematou de primeira para o fundo das redes (77m).
O Portimonense, que mal tinha atacado, esboçou uma reação e até podia ter empatado, mas Adan fez duas boas defesas, aos 87m e aos 90m.
O jogo estava decidido e teve um herói: Paulinho. Agora, segue-se o Arsenal para a Liga Europa, já na quinta-feira.