P. Ferreira-Boavista, 1-3 (crónica)

Vítor Maia , Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira
26 fev 2023, 20:04

Passos atrás na recuperação

O Paços de Ferreira não agarrou a possibilidade para ter companhia no último lugar da Liga. Os pacenses, que podiam igualar o Santa Clara na penúltima posição, perderam na receção ao Boavista (3-1) e deram passos atrás na recuperação na tabela classificativa.

Os axadrezados foram eficazes, inteligentes e adultos. Provaram, no fundo, ter mais maturidade que o adversário – é certo que o conforto da classificação também ajuda a outro desempenho. Os dois golos da pantera a abrir o segundo tempo acabaram por ser decisivos no desfecho final.

Apesar de transportar a lanterna-vermelha praticamente desde o arranque da Liga, o Paços de Ferreira jogou bem. Os princípios são bons, a ideia é agradável quando colocada em prática, embora tenha faltado, pelo menos esta tarde, maior sentido de baliza. Os castores superaram constantemente a pressão contrária, na primeira parte, mas o último passe raramente saiu nas melhores condições.

O Boavista, por seu turno, tentou, mais do que em ataque apoiado, chegar à baliza de Marafona através de bolas para as costas da defesa pacense. Em resposta a um cabeceamento deficiente de Butzke num lance com Bracali, os axadrezados conquistaram cinco cantos praticamente consecutivos e à quinta vez, marcaram mesmo por Yusupha – feliz na finalização.

A eficácia boavisteira não deitou, numa primeira fase, o Paços de Ferreira ao tapete. Os castores não se esconderam, assumiram o jogo e tiveram pertíssimo do empate num pontapé de Holsgrove que Bracali defendeu para o poste. O empate bateu no poste e do outro lado, o remate de Gorré para o 2-0 esbarrou em Marafona.

A segunda parte começou com o jogo em aberto. No entanto, o Boavista tratou de o fechar num ápice. Logo ao minuto 47, Bruno Onyemaechi assistiu de forma primorosa para Ricardo Mangas para o 2-0. Ainda em estado de convalescença, o Paços de Ferreira esboçou uma tímida reação num pontapé de Holsgrove para as mãos de Bracali.

O golpe que se seguiu – e que golpe – acabou por tirar os pacenses do encontro. Variação rápida de corredor por parte do Boavista e depois, o talento de Gorré fez o resto – golaço num movimento da esquerda para o meio.

Com Gaitán a música é outra

César Peixoto colocou em campo Paulo Bernardo e Gaitán em campo. Ora, o argentino continua a ser um craque tremendo e praticamente na primeira vez que tocou na bola, assistiu Butzke para o 3-1. O jogo não estava relançado, mas fez o Paços e as bancadas acreditarem.

Nos trinta minutos finais, os castores tentaram de tudo para reduzir a desvantagem no marcador. Porém, jogaram sempre mais com o coração do que com a cabeça e não foram eficazes nessa missão. Por outro lado, o Boavista esteve perto de fazer o 4-1 numa transição, mas Antunes evitou a finalização de Yusupha. Se acontecesse, o 4-1 seria um resultado demasiado pesado para o Paços.

O Boavista está a bater à porta da Europa.

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