Ordem dos Médicos pede à PSP que esclareça as «súbitas baixas médicas»

4 fev, 14:52
Famalicão-Sporting adiado (Lusa/José Coelho)

Carlos Cortes lembra que as pessoas doentes «têm uma obrigação ética e moral de dizer toda a verdade sobre a sua condição física»

A Ordem dos Médicos pediu esclarecimentos este domingo ao Ministério da Administração Interna e à direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) para perceber «exatamente o que aconteceu» com as baixas dos polícias.

Em causa está o incidente no Famalicão-Sporting, que não se realizou no sábado por falta de policiamento.

Segundo a PSP, «antes do início do policiamento ao evento, um número não habitual de polícias informou que se encontravam doentes, comunicando baixa médica».

O jogo entre o Leixões e o Nacional, marcado para este domingo, também foi adiado por falta de policiamento.

Contactado pela Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, sublinhou que não conhece a situação em concreto e disse que solicitou esclarecimentos para perceber «de que tipo de baixas se trata».

Para saber «se tem ou não de intervir nesta matéria», a Ordem dos Médicos precisa de conhecer «os factos: se e houve efetivamente ou não baixa médica e, havendo baixa médica, qual foi o enquadramento dessas baixas».

Os elementos PSP e da GNR estão há quase quatro semanas em protestos, exigindo um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

O ministro da Administração Interna já determinou a abertura de um inquérito urgente, por parte da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), sobre as «súbitas baixas médicas apresentadas por polícias».

José Luís Carneiro convocou ainda o diretor nacional da PSP e o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana (GNR) para uma reunião esta manhã, no Ministério da Administração Interna, onde cerca de 300 polícias estão concentrados em apoio aos responsáveis das duas forças de segurança.

O bastonário da Ordem dos Médicos lembra que tanto a autodeclaração de doença – possível desde o ano passado e que justifica três dias de ausência – ou a baixa médica assentam «num compromisso» da parte de quem está doente, no sentido de «fornecer elementos verdadeiros».

A pessoa doente «tem uma obrigação ética e moral de dizer toda a verdade sobre a sua condição física», sublinha Carlos Cortes.

Num email enviado este domingo a todo o efetivo da PSP, o diretor nacional desta polícia, José Barros Correia, comunicou que determinou «uma célere averiguação» ao que aconteceu no policiamento do jogo Famalicão-Sporting e apelou aos polícias para manterem «o sentido de missão à causa pública».

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