Gil Vicente-Benfica, 0-2 (crónica)

André Cruz , Estádio Cidade de Barcelos
29 abr 2023, 22:30

Líder enche balão de confiança em Barcelos

O Benfica voltou a facilitar, pecou muito na finalização, ainda fez vislumbrar novo deslize, mas com dois golos na reta final assegurou um triunfo por 2-0, em Barcelos, e encheu novamente o balão de confiança.

Roger Schmidt deu uma prova de que, afinal, é um treinador que confia no banco que tem e mexeu no momento decisivo: Chiquinho entrou e no minuto seguinte embalou os encarnados para a vitória.

Antes de um jogo decisivo na próxima jornada, o Benfica aplica a primeira derrota do ano ao Gil em casa, renova os índices anímicos e coloca pressão no FC Porto, mas o campeão está longe de estar decidido.

Schmidt não poupa

Mesmo com Bah recuperado, Schmidt apostou em Aursnes na lateral direita e manteve a confiança no miúdo João Neves, relegando Chiquinho para o banco, de forma a promover a entrada de Florentino. A linha defensiva dos encarnados estava quase toda em risco, mas o técnico germânico não fez qualquer poupança a pensar no Sporting de Braga.

Daniel Sousa fez três alterações, duas delas forçadas. Na defesa, Tomás Araújo, cedido pelo Benfica, foi rendido por Gabriel Pereira, enquanto o lesionado Marlon deu lugar a Boselli. O técnico gilista adotou ainda uma mudança no meio-campo e apostou em Pedro Tiba em vez de Fujimoto, de forma a compor o miolo barcelense e aproveitar a superioridade numérica nessa zona do terreno, visto que o Benfica joga apenas com uma dupla de médios.

FILME DO JOGO

A entrada do Benfica empolgou a vasta multidão que encheu o Cidade de Barcelos - quase 12 mil -, mas rapidamente a equipa da casa equilibrou as forças e até pregou um par de sustos a Odysseas Vlachodimos, que foi forçado a duas intervenções apertadas em cima do minuto 19.

Primeiro, foi Boselli a «partir os rins» a Grimaldo e rematar de fora da área e, na sequência desse lance, Murilo tentou o corte direto, mas o guardião grego estava atento.

A réplica dos galos agitou o Benfica, que foi em busca do golo, mas Andrew esteve mais uma noite para recordar. Os encarnados estiveram, mais uma vez, muito perdulários na finalização, foram apanhados em fora de jogo várias vezes pela subida, mas coordenada linha defensiva do Gil e tiveram dois golos anulados.

Quando o Benfica aparentava estar melhor chegou o intervalo.

Golpe do banco para pôr fim à ansiedade

A segunda parte teve uma toada diferente, com as águias a encostarem os gilistas ao seu reduto defensivo, mas a sentirem dificuldades para criarem ocasiões de golo flagrantes e, com os ponteiros do relógio a avançarem, a ansiedade crescia.

As ameaças encarnadas surgiam sobretudo pelas arrancadas de Rafa e Schmidt foi ao banco tentar mexer com o jogo. E conseguiu-o.

Primeiro, em cima da hora de jogo, lançou Gilberto para a lateral direita e fez avançar Aursnes, tendo ainda aumentado a velocidade com a entrada de Gonçalo Guedes. Mas foi num segundo momento, cerca de 10 minutos depois, que jogou a carta certa.

Chiquinho foi a jogo e, na primeira ação que teve, mostrou que ainda é opção mais do que válida – embora João Neves tenha ganho espaço no meio-campo recentemente. O médio do Benfica apareceu na área contrária e, qual ponta de lança, com um golpe de cabeça correspondeu ao cruzamento de Aursnes e deixou Andrew sem hipótese de defesa.

As bancadas gilistas – que esta noite estiveram pintadas de vermelho, mas a torcer pelos que atuaram de amarelo – explodiram de euforia e ficaram ainda mais descansadas quando, após um lance dividido na área, Fábio Veríssimo assinalou mão na bola de Rúben Fernandes, a quatro minutos dos 90.

Já sem João Mário em campo, foi Grimaldo que agarrou na bola e enganou Andrew. Estava feito o 2-0 e o balão de confiança do líder voltava a ficar cheio. A crise parece ter ficado para trás e, do ponto de vista dos encarnados, era o melhor que poderia ter acontecido, porque a próxima jornada, com receção ao Sporting de Braga, promete.

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