Estrela da Amadora-Farense, 0-3 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio José Gomes
29 abr, 22:11

Pragmatismo algarvio na Reboleira

Um Farense extremamente pragmático foi ao Estádio José Gomes bater o Estrela com um categórico 3-0 que lhe permite, desde já, evitar a despromoção direita, garantindo ainda uma confortável almofada de seis pontos sobre a posição de play-off, ocupada, nesta altura, pelo vizinho Portimonense. Um jogo muito intenso, com tudo a sair a favor da equipa comandada por José Mota, que marcou a fechar a primeira parte, ampliou a vantagem a abrir o segundo tempo e matou definitivamente o jogo, a dez minutos do final, com o terceiro golo da noite.

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Sobre o relvado estavam os três pontos mais preciosos da temporada, para qualquer uma das equipas, uma vez que uma vitória proporcionaria, desde logo, a fuga definitiva à despromoção direta e, ao mesmo tempo, oferecia ainda uma almofada sobre a posição de play-off. Por isso, não surpreendeu que os dois conjuntos tenham entrado com ordens claras para deixar tudo em campo, num jogo aberto, com grande intensidade, com oportunidades claras nas duas balizas, a um ritmo estonteante.

Entrou melhor o Estrela, com o mesmo onze que deixou escapar uma vitória no Bessa (1-1), a ameaçar a baliza de Ricardo Velho, logo a abrir, com um pontapé acrobático de André Luiz na área, após cruzamento bem medido de Léo Jabá. Sem tempo para respirar, as duas equipas atacavam à vez, com grande intensidade, mas o Estrela conseguia ser bem mais acutilante do que os algarvios, chegando com facilidade à área de Ricardo Velho. Com uma pressão alta e constante sob o detentor da bola, a equipa da Reboleira conquistou o primeiro canto do jogo e voltou a estar perto de marcar, com cabeçadas consecutivas de Miguel Lopes, Kiolanda e Kikas, este último à figura do guarda-redes do Farense.

A equipa de José Mota, com Bruno Duarte de volta ao ataque, demorou mais tempo a assentar o seu jogo, mas, após as primeiras investidas do adversário, foi ganhando confiança para subir mais no terreno, graças às boas combinações entre Belloumi e Rafael Barbosa no apoio direito a Bruno Duarte. Em dois tempos, os algarvios passaram a responder na mesma moeda e Marco Matias esteve muito perto de abrir o marcador. O Farense crescia no jogo a olhos vistos e, logo a seguir, Rafael Barbosa, sempre muito ativo, roubou uma bola a Miguel Lopes e lançou Belloumi para a zona de penálti, mas o talentoso argelino rematou muito torto.

O jogo seguiu, assim, com parada e resposta, mas foi mesmo o Farense que chegou à vantagem já perto do intervalo, numa grande penalidade conquistada após um grande lance de Belloumi. O argelino desceu, mais uma vez, pelo flanco direito, deixou um adversário nas costas, derivou para o primeiro poste e rematou. A bola sofreu um desvio no braço aberto de Kialonda Gaspar e morreu nos braços de Bruno Brígido. Os jogadores do Farense levantaram de imediato os braços, mas Fábio Veríssimo ainda foi rever as imagens antes de apontar para a marca de castigo máximo. Bruno Duarte atirou rasteiro e colocou a equipa de José Mota em vantagem.

Belloumi aumenta vantagem com golaço

O Estrela bem protestou o lance, mas a verdade é que o Farense foi seguro a defender e tirou máximo rendimento do penálti a fechar o primeiro tempo. Um castigo pesado para o Estrela que ganhou novos contornos logo a abrir a segunda parte, com Belloumi a silenciar as animadas bancadas do José Gomes com um golo de belo efeito, um remate em arco, à entrada da área, com a bola a fugir de Bruno Brígido e a entrar junto ao poste.

Sérgio Vieira não esperou mais e fez três alterações de uma assentada, assumindo, desde logo, o risco, lançando Rodrigo Pinho, que tinha assinado um belo golo no Bessa, e ficando a jogar com apenas dois centrais. O Estrela partiu novamente para cima do adversário e, num espaço de poucos minutos, teve três ocasiões soberanas para marcar. Kiolanda Gaspar testou os reflexos de Ricardo Velho, logo a seguir André Luiz proporcionou a defesa da noite ao guarda-redes do Farense e, praticamente na sequência da jogada, Nilton Varela cabeceou à barra.

O Estádio José Gomes já estava com um ambiente incrível, mas, depois destas oportunidades, os adeptos redobraram o apoio à equipa que voltou a ameaçar o golo. Foi neste ambiente, com boa parte dos adeptos de pé, que o Farense matou o jogo, a dez minutos do final, com o terceiro golo no jogo. Uma transição rápida, mais uma, a sair dos pés de Ricardo Velho, com Bruno Duarte a destacar-se na área e a servir Marco Matias que atirou a contar.

Estava feito. O Estrela nunca baixou os braços, lutou até final, mas nunca conseguiu bater Ricardo Velho. Uma vitória que permite ao Farense escapar, desde já, à despromoção direta, ficando ainda com uma almofada de seis pontos sobre o lugar de play-off, atualmente ocupado pelo vizinho Portimonense. Mais apertado continua o Estrela, apenas com um ponto de vantagem sobre a equipa de Portimão que, na próxima semana, vai ao Estádio de Alvalade.

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