(Naka)muro de segurança algarvia
Um muro pode sempre ser visto de pontos de vista antagónicos.
O mesmo muro significa a segurança de quem o ergue e a barreira intransponível de quem está do lado de fora.
E um Nakamura é igual.
Kosuke Nakamura.
O guarda-redes japonês do Portimonense ergueu neste sábado, no Estoril, um muro de segurança que separa os algarvios da zona de descida.
Com quatro defesas em pouco mais de 20 minutos, ainda na primeira parte, o guarda-redes nipónico segurou a equipa de Paulo Sérgio no jogo, abrindo caminho para Yago que entrou aos 78m, para um minuto marcar o golo que decidiu um encontro fundamental para duas equipas que queriam fugir dos lugares de desconforto.
Os nervos sentiram-se e o jogo foi pobre. Com exceção daqueles últimos 25 minutos da segunda parte, nos quais o Estoril criou oportunidades para chegar a números de goleada.
Só que embateu de frente na muralha japonesa que se ergueu na baliza portimonense.
Num minuto, Nakamura negou duas vezes o golo a Pedro Álvaro. Dez minutos depois, fez o mesmo quando João Marques surgiu isolado em contra-ataque. E mesmo em cima do intervalo ainda se esticou para defender um remate traiçoeiro de Carlos Eduardo.
Depois, numa segunda parte em que se jogou muito pouco, o jogo foi decidido num lance de ressaltos no qual Yago foi eficaz e assegurou que os três pontos iam para o Algarve.
O Portimonense chega assim aos 30 pontos, fica a oito dos lugares que podem dar descida, e deixa o Estoril ainda a fazer contas à vida.
É que da Madeira veio a pior notícia que os canarinhos podiam esperar. O Marítimo, em lugar de playoff, venceu o P. Ferreira e já está apenas a três pontos de distância, com seis jornadas por jogar.
Veremos se este (Naka)muro não se torna das lamentações para os estorilistas.
