Boavista-Sporting, 0-2 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Bessa, Porto
30 out 2023, 22:18

Do Catano!

Football, bloody hell.

Num jogo carregado de emoção, o Sporting venceu no Bessa por 2-0 e voltou a isolar-se na liderança da Liga.

Após o jogo duríssimo na Polónia, o contexto e o horário do jogo faziam lembrar uma questão que se eternizou em Inglaterra. «Can they do it on a cold Monday night in Stoke?», o que traduzido para a Língua de Camões significa «conseguem fazê-lo numa noite fria e chuvosa em Stoke? Não era Stoke-On-Trent, mas era o Bessa, um dos estádios mais difíceis de visitar.

Os leões conseguiram o triunfo, mas sofreram (e muito) frente ao Boavista, uma das belas equipas do campeonato. Justo? Nem por isso.

Os leões entraram bem na partida e em dez minutos já tinha criado duas oportunidades. Pedro Gonçalves obrigou João Gonçalves à primeira defesa da noite na cobrança de um livre direto e logo de seguida, Catamo acertou na malha da baliza.

A Pantera não se ficou e colocou as garras de fora. Bozeník fugiu a Coates - o uruguaio passou mal com o eslovaco -, mas falhou perante Adán. O leão rugiu de pronto e Gyokeres falhou a finalização depois de uma boa combinação entre Edwards e Catamo.

Era um jogo de parada e resposta. Na área do Sporting, Bozeník voltou a revelar má pontaria e atirou para a bancada na cara de Adán, de regresso à titularidade.

Pausa para ganhar fôlego.

Durante dez minutos, travaram-se duelos e dividiu-se a posse de bola. O ritmo esfriou e até deu para se ouvir cânticos por Bas Dost na bancada onde estavam os adeptos verde e brancos. À passagem da meia hora, Pedro Gonçalves foi protagonista de um falhanço tremendo após excelente assistência de Edwards.

Apesar do nulo, o Boavista parecia desconfortável no encontro e sentia dificuldades para travar o jogo do adversário pelos corredores laterais. Um, duas, três, quatro, enfim, à quinta o Sporting não falhou: bela jogada entre Pote, Morita e Matheus Reis com o brasileiro a cruzar para a finalização de Geny Catamo.

Para o que se jogou na primeira parte, a partida merecia mais golos.

Embalado pelo resultado na primeira parte, o Sporting teve o 2-0 à mão de semear, mas Edwards demorou o que pareceu uma eternidade para finalizar e viu João Gonçalves negar-lhe o golo – Abascal, que tinha errado no início do lance, bem que pode agradecer ao seu guarda-redes por «lhe salvar» a pele.


Amorim mexeu na equipa e trocou, numa primeira instância, Coates por St. Juste e depois, Matheus Reis e Edwards por Esgaio e Nuno Santos. Os leões já não estavam tão bem no encontro com o Boavista a somar aproximações à área contrária – Petit também deu mais armas ofensivas à equipa.

O Sporting recuou, recuou e sofreu: Bruno Lourenço cruzou e Bozeník, oportuno, bateu Adán. Euforia no Bessa e desilusão dos homens de preto e amarelo esta noite. No entanto, o VAR detetou um fora de jogo do avançado esloveno (27 centímetros adiantado) e anulou o golo.

O Sporting ganhou uma nova vida e aproveitou-a. Recuperou a sua melhor cara para a reta final e chegou ao 2-0 num lance genial de Pedro Gonçalves – que instantes antes tinha atirado ao ferro.

Um resultado que não espelha o que se passou em campo. Ainda assim, foi, perdoe-me caro leitor, um jogo do catano!

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