Boavista-P. Ferreira, 1-0 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Bessa, Porto
5 set 2022, 21:06

Xeque-mate às derrotas

A pantera fez xeque-mate às derrotas.

Depois dois desaires seguidos, o Boavista venceu o Paços de Ferreira por 1-0 e saltou para o quinto lugar da Liga. Bozeník estreou-se a marcar e resolveu o encontro entretido e bem jogado no Bessa. 

Os castores chegavam à Invicta com o pior registo da Liga a par do Marítimo: quatro derrotas seguidas. Apesar das boas impressões deixadas na Luz, sobretudo na segunda parte, a equipa de César Peixoto tentou adaptar-se aos axadrezados e apresentou-se em 3-5-2. Manteve, ainda assim, a identidade.

No entanto, foi a pantera quem primeiro colocou as garras de fora e ameaçou marcar primeiro por Bozeník e depois, por Bruno Lourenço. Na resposta, os pacenses deram um safanão na partida e colocaram o adversário em sentido. A mão de Matchoi Djaló resultou no golo anulado a Koffi.

O golo, ainda que invalidado, soltou o Paços de Ferreira. A equipa começou a conseguir ligar jogo pelo corredor central e chegou com espaço à frente. Por outro lado, o Boavista jogou como se sente mais confortável: em contra-ataque e com espaço. Para isso, Gorré foi fundamental. Fortíssimo na condução em velocidade, o internacional por Curaçau teve por duas vezes o golo no pé direito, mas Vekic – estreia no regresso ao Paços – agigantou-se.

Pelo meio, é justo reconhecer, os castores poderiam ter chegado ao golo não fosse o remate de Nigel Thomas ter passado ligeiramente ao lado da baliza de César. O guarda-redes brasileiro, de resto, por pouco não entrou para os apanhados ao falhar um domínio de bola que não entrou na sua baliza por centímetros.

Promessas vãs. Houve oportunidades, mas nenhum golo para amostra. Era o que faltava ao jogo. Logo a abrir o segundo tempo, Bozeník ficou pertíssimo do golo – excelente assistência de calcanhar de Bruno Lourenço. 

O Paços de Ferreira sentia-se confortável na saída de bola e chegava em boas condições à frente. Lá está, a ideia de Peixoto imperou até certo ponto. Numa das melhores jogadas dos castores no encontro, Thomas marcou um golaço (!). Entraria diretamente para a galeria dos melhores da Liga não fosse Cláudio Pereira ter descortinado uma falta de Rui Pires sobre Bozeník no início da jogada.

Não marcou o Paços, adiantou-se o Boavista. Inacreditável o espaço concedido a Gorré que galgou metros sem oposição até ao passe no momento preciso para o golo de Bozeník – estreia a marcador do eslovaco emprestado pelo Feyenoord.

César Peixoto alterou o sistema, colocou mais gente de características ofensivas, mas o Boavista segurou com unhas e dentes até final a magra vantagem e fez xeque-mate à série negativa. O jogo poderia ter caído para qualquer lado e o Paços volta a deixar boa imagem – mas continua sem pontos. Resta saber se também não foi fim da linha para o jovem técnico dos castores. 

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