Estoril-FC Porto 1-3 (destaques)

30 jan 2016, 20:21
Estoril-FC Porto (Lusa)

Vitória ao ritmo do mestre André

A FIGURA: André André, o «maestro» todo terreno
Foi ao som dele que a banda tocou. Começou a jogar entre linhas, numa espécie de falso 10 (sim, está certo) à frente dos dois médios e (pouco) atrás de Aboubakar, mas para o ex-V.Guimarães a posição no plano teórico é o que menos importa: ele está em todo lado. Foi o que mais oportunidades teve para finalizar e era comum vê-lo em zonas recuadas para organizar jogo. Constantemente trocava com Brahimi e fazia de extremo esquerdo. Teve quatro oportunidades de golo (24’, 27’, 38’ 41’) no primeiro tempo, duas delas em posição privilegiada. Na segunda parte, começou na esquerda, passou para o meio e acabou na direita, onde deu um golo feito a Aboubakar que...atirou por cima. Merecia o golo e conseguiu-o a oito minutos do fim, numa recarga, para dar ainda mais brilho à exibição. Que intensidade, que qualidade, que jogador!  

Leia a crónica do Estoril-FC Porto, 1-3

O MOMENTO: a reviravolta na cabeça de Danilo
O FC Porto entrou a perder, mas ainda na primeira parte virou o jogo. O responsável pelo golo da reviravolta foi Danilo Pereira, que respondeu muito bem a um canto cobrado por Layún. Um filme já visto esta época.


NEGATIVO: a falta de ideias e organização do Estoril
A equipa de Fabiano Soares entrou a ganhar, mas num lance de bola parada e sem fazer por isso. A partir daí foi sempre a cair e raro foi o lance com princípio, meio e fim. É certo que o FC Porto esteve muito bem e tem grande responsabilidade nisso, mas exige-se mais a uma equipa, pelo menos que tente jogar. A certa altura começou apenas a jogar direto para um «pinheiro» (e perdoem-me a expressão), mas sem efeito. Defensivamente muitos muitos espaços concedidos e 90 minutos sem acertar marcações. Não fosse Kieszek e podia ter sido pior.

OUTROS DESTAQUES:

Layún
O segundo melhor em campo. Fez mais duas assistências e desta vez também em bola corrida. No golo do empate, em contra-ataque, o mexicano surgiu solto na esquerda e serviu pelo chão Aboubakar que fez um remate certeiro. Aos 34 minutos bateu um canto do lado direito na perfeição para a cabeça de Danilo Pereira que fez o golo. Para além de ser fundamental nos golos, Layún é importantíssimo nos lances de ataque portistas, assume sem hesitar, quase sempre flete para o meio para jogar com o seu pé direito, acrescentando algo diferente ao que um lateral esquerdo normalmente fez. Hoje na saída de bola surgiu muitas vezes na zona central (André cai na esquerda) e depois descaí para a esquerda, confundindo marcações. A abrir a segunda parte quase marcou mas Kieszek brilhou. Defensivamente, a sua lacuna, não teve trabalho praticamente.

Diego Carlos
O central marcou logo a abrir (4’) na sequência de um canto e dois minutos depois evitou um lance de perigo ao intercetar um remate de Aboubakar. Depois o rendimento foi piorando, perdendo quase todos os duelos com Aboubakar e ficando perdido nas marcações. A sair a jogar mereceu nota negativa. Aos 38 minutos sozinho entregou mal, deu em André André que lançou o contra-ataque e por milímetros o FC Porto não festejou o 3-1.

Kieszek
Não teve culpa do desnorte da equipa após a vantagem Não teve muito trabalho, sem hipóteses nos golos e quando chamado a intervir brilhou. Aos 26 minutos defendeu para a frente um tiro de Maxi e na recarga André André atirou para golo, mas quando já se pensava nos festejos, o polaco levantou a perna e defendeu. Grande defesa. A abrir a segunda parte voltou a abrir com uma bela intervenção do guarda-redes a remate de Layún. Fez ainda mais uma excelente intervenção no lance que daria depois o golo de André André. O remate tinha sido de Corona.

Maxi
Muita profundidade que este FC Porto teve e foi pelos laterais que desequilibrou e confundiu a defensiva do Estoril, que só por si dá muito espaço. Tal como Layún, o uruguaio esteve muito em jogo e foi importante na cambalhota apesar de não ter contribuído em nenhum dos golos. Muitos rasgos a deixar Gerso e Mano para trás e boas combinações com Herrera e Corona.

Danilo Pereira
Voltou a ser decisivo num pontapé de canto. Após uma bola perfeita de Layún, o médio impôs-se nas alturas e fez o 2-1. Durante o jogo voltou a ser o pêndulo defensivo dos «dragões», não facilitando e controlando toda a zona central. Quando não dá nas vistas é porque cumpriu o seu trabalho, muitas vezes invisível. Mais uma boa exibição.

Brahimi
Alguns rasgos individuais, bons dribles a abrir espaço mas sem o brilho de outros jogos, mesmo assim nota positiva para o argelino. Muitas trocas posicionais com André André, saltando entre a esquerda e o meio, mas é na ala onde se sente melhor.

Marcano
Bela partida do central espanhol, que sem ter tido muito trabalho apareceu nos momentos certos. Crucial no primeiro tempo (15‘) a cortar um passe de Mattheus para Bonatini, que só precisava de empurrar para golo. Era o segundo na altura e por isso esse corte foi fundamental. No segundo tempo voltou a fazer um corte igual, após cruzamento de Gerso. Hoje até arriscou na saída de bola, logo no primeiro tempo e com o FC Porto em desvantagem.

Aboubakar
O avançado camaronês voltou aos golos que é o que se pede. Não desperdiçou na primeira oportunidade que teve e empatou o jogo. Esteve sempre em jogo, a tabelar com os companheiros, mas na segunda parte tem uma falha imperdoável a passe de André André. Em cima da linha de golo...atirou para o céu! Não pode falhar assim, sobretudo com o jogo ainda em aberto, estava 2-1 na altura.
 

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