Nani, muito e bom Nani
A figura: Nani
Até começou mal, com um pontapé disparatado, quando estava em boa posição para marcar. Mas
Nani
é um jogador habituado a estas noites europeias. Demorou um pouco mais do que habitual a surgir nos desequilíbrios, mas desde cedo soube gerir o ataque quando tinha a bola, mesmo que isso não significasse entrar em jogadas de um para um. A influência inegável que tem nesta equipa surgiu de forma mais visível com o passar dos minutos. A primeira aparição de maior notoriedade foi aos 34, a descobrir João Mário na área; aos 37 rematou para defesa apertada de Fährmann; aos 38, explicou que não precisa de ser ele a fazer o passe decisivo: abriu bem em Mané, que depois serviu João Mário para novo remate do Sporting; aos 44, incursão pela área alemã e bola para Mané, que desperdiçou o 2-1. Demasiados lances só no primeiro tempo para ninguém notar que era ele o melhor em campo. No segundo, a primeia ação correu mal de novo, numa receção de bola. Mas logo de seguida percebeu que, em vez de tentar furar para a área, Jefferson estava posicionado para um remate. Nani serviu-o e deu golo, como depois foi ele próprio servido para encostar para um golo mais do que merecido. Um daqueles jogos em que não é preciso grandes explicações sobre a exibição, apenas recordar
os momentos em que Nani participou. Foram muitos e bons.
O momento: minuto 52
Quando se junta inteligência, a teoria provavelmente estará certa. Quando a execução é aplicada na perfeição, o resultado é só um: golo. A bola estava no lado direito do ataque leonino, depois de uma longa posse, e chegou a João Mário. A variação do centro de jogo para Nani foi perfeita e bem pensada. O 77 podia ficar com espaço e partir para uma jogada de 1x1. O Schalke fechou-lhe o caminho com dois defesas, mas abriu espaço para Jefferson. Nada egoísta, inteligente mesmo, Nani percebeu que havia uma rota fácil para a baliza alemã: tocou mais atrás para Jefferson que rematou forte e cruzado para o 2-1. Belíssimo. O leão entrava a marcar no segundo tempo,
assentou jogo, e a partir daí, sem ter de cometer loucuras, controlou quase o resto da partida
, mesmo que, já depois de um golo de Nani, o 3-2 do Schalke tenha sido uma aflição resolvida por Slimani. Daí o quase na linha anterior…
Outros destaques
Carlos Mané
Primeira vez titular na temporada
, logo num jogo importante. O camisola 36 dos leões participou nalgumas das melhores jogadas do primeiro tempo. É verdade que no segundo baixou ligeiramente de rendimento, mas jogou com inteligência, quase sempre fácil e com pensamento coletivo. Ou seja, em muito do primeiro tempo foi um pequeno Nani.
João Mário
Quando se junta Nani e uma boa exibição de
João Mário
o Sporting fica sempre mais perto do golo e, consequentemente, de vencer. Essa foi a primeira combinação do jogo, um passe de João Mário para Nani, que levou perigo a uma baliza. Houve outras, como aquela do 2-1. Noutras ocasiões, João Mário não concluiu ou definiu tão bem, mas percebeu sempre qual era o caminho para a baliza de Fahrmann. Até no golo de Jefferson isso se percebeu. Belíssimo jogo.
Jefferson
Se tem alguma dúvida que merece o destaque, comecemos pelos números:
uma assistência, um golo
. Chega-lhe? Jefferson voltou ao onze, apontou o livre que redundou no empate e no segundo tempo atirou uma bomba para o 2-1. Numa altura em que Jonathan Silva parecia ter agarrado o lugar e até foi chamado à seleção argentina, aí está o brasileiro na luta.
Slimani e Sarr
As outras novidades de Marco Silva no pós-Guimarães. O argelino começou a marcar na baliza errada, numa bola parada, um momento de jogo em que o Sporting tem de evoluir. Terminou com um golo do outro lado, a sossegar os adeptos mais agitados. Já Sarr marcou o golo do empate e começou ele próprio a resgatar alguns dos pontos perdidos na Eslovénia. Marco Silva retocou a equipa e
as novidades transformaram-se em ouro.
