LC: Wolfsburgo-Real Madrid, 2-0 (crónica)

6 abr 2016, 21:58

Queda livre depois do clássico

Depois de subir aos céus com a vitória no clássico no Camp Nou, o Real Madrid caiu a pique e espetou-se com estrondo em Wolfsburgo, onde perdeu por 0-2 diante da equipa de Dieter Hecking. Um verdadeiro pesadelo para Zinedine Zidade: Keylor Navas consentiu os primeiros golos nesta competição, Cristiano Ronaldo ficou em branco e Benzema saiu ainda na primeira parte lesionado.

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Um resultado difícil de antecipar, não só pelo historial dos dois emblemas [o Wolfsburgo está pela primeira vez nos quartos e o Real Madrid já venceu esta competição por dez vezes], mas sobretudo pela forma como o Real Madrid entrou no jogo, praticamente com o mesmo onze do clássico, apenas com Danilo a render Carvajal no lado direito da defesa. Logo no primeiro lance, Cristiano Ronaldo, lançado por Benzema, colocou a bola nas redes de Benaglio, mas o árbitro auxiliar considerou que o internacional português tinha partido de posição irregular [se está, é por centímetros].

O Wolfsburgo entrou no jogo na expetativa, com um onze sem ponta de lança de raiz [Kruse e Dost no banco] e com Schürrle como homem mais adiantado. Guilavogui e Luiz Gustavo jogaram como «tampões» à frente da defesa, enquanto Bruno Henrique e Draxler ajudavam a fechar os flancos guardados por Vieirinha e Ricardo Rodríguez. Um onze aparentemente de contenção que, nos primeiros minutos, entregou a bola ao adversário. O Real Madrid, por seu lado, assumiu o seu papel, com uma elevada posse de bola, com Bale a aparecer nos dois flancos e Ronaldo, a fugir a Vieirinha, para se juntar mais a Benzema na zona central.

No entanto, passado o período de estudo, o Wolfsburgo começou a ensaiar os primeiros raides à área de Navas, com Draxler, Schürrle e Bruno Henrique a explorarem bem o muito espaço que o Real deixava nas suas costas. Benzema, num lance individual, ainda esteve perto do golo, depois de fugir a Dante e obrigar a Benaglio a aplicar-se, mas na resposta o Wolfsburgo foi mais eficaz. Na sequência de mais um contra-ataque, Casemiro fez falta na área sobre Schürrle no momento em que o alemão armava o remate. Na marca dos onze metros, Ricardo Rodríguez, especialista em bolas paradas, atirou em força, sem hipóteses para Navas que, desta forma, consentiu o primeiro golo nesta Liga dos Campeões.

Um golo que bateu fundo no Real Madrid que começou a acusar a frustração de não encontrar espaços para poder acelerar. Não aceleravam os espanhóis, aceleravam os alemães e, sete minutos depois do primeiro golo, o segundo: grande passe de Draxler da esquerda para a direita onde surgiu Bruno Henrique a cruzar de primeira para o coração da área para Arnold desviar na frente de Keylor Navas. Tudo ao primeiro toque, tudo bem feito, 2-0 aos 25 minutos.

Até ao intervalo, mais do mesmo, um Real Madrid sem soluções para ultrapassar uma defesa alemã extremamente disciplinada, sempre com controlo total de profundidade e um Cristiano Ronaldo abafado entre Guidavoli e Naldo. Além disso, Zidane ainda perdeu Benzema antes do intervalo. O avançado francês já tinha apresentado queixas no início do jogo e acabou mesmo por ser rendido por Jesé.

Depois da intensidade na primeira parte, a segunda foi bem mais pausada, sem que o Real Madrid conseguisse impor um ritmo mais elevado. Zidane ainda lançou Isco e, mais tarde, James, mas nada feito. Os cruzamentos de Bale, invariavelmente da esquerda, pouca mossa fizeram na defesa alemã e as melhores oportunidades continuaram a pertencer ao Wolfsburgo, com destaque para uma «bomba» de Schürrle e, já nos instantes finais, para uma tentativa de chapéu de Kruse [grande defesa de Navas]. Grande jogo de Vieirinha que encontrou mais vezes Bale do que Ronaldo pela frente e acabou o jogo com menos um dente depois de uma cotovelada de Kroos.

Muito pouco para um Real Madrid que fica com uma montanha para subir no segundo jogo no Santiago Bernabéu, diante de um adversário que, além de defender bem, é extremamente eficaz no contra-ataque.

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