LC: Benfica-Bayern, 2-2 (crónica)

13 abr 2016, 21:50
Benfica-Bayern Munique (Reuters)

Mais uma noite para provar que sonhar deve ser um hábito

O sonho terminou, mas o Benfica mostrou que era possível recuperar as grandes noites europeias. Honrou a sua história e mostrou que é possível recuperar estas noites europeias, mesmo que o tempo tenha mudado muita coisa.

Ninguém pode exigir ao Benfica (ou a outro clube português) as glórias europeias de outros tempos, mas de vez em quando aparecem estas campanhas (do Benfica e não só), a provar-nos que sonhar deve ser um hábito. Pois só assim é possível imaginar um despertar diferente.

As (já reduzidas) possibilidades do Benfica caíram ainda mais um pouco a uma hora do apito inicial: o «onze» de Rui Vitória não tinha Gaitán, e como se isso não bastasse não tinha também Mitroglou. Nem no banco.

A equipa portuguesa viu-se privada das três unidades mais ofensivas, mas manteve-se fiel à ideia de que não há insubstituíveis e não deixou de tentar o «milagre». A ponto de ter feito o Inferno da Luz acreditar que era possível, quando Raúl Jiménez empatou a eliminatória (27m).

E quatro minutos depois o mexicano até teve a possibilidade de marcar novamente, após falha dos centrais do Bayern, mas o remate (ainda desvia em Lahm?) foi defendido por Neuer.

A estratégia era a mesma de Munique: quarteto defensivo o mais adiantado possível no terreno e bem próximo do meio-campo, num bloco que tentava condicionar a construção do Bayern o quanto antes. A coesão não foi a mesma, porém, até porque era necessário arriscar um pouco mais.

O Bayern chegou ao intervalo com mais posse de bola do que na primeira mão (70 por cento), e até podia ter sido a primeira equipa a marcar, num desvio de Müller que saiu ligeiramente ao lado (19m). O empate acabou por surgir onze minutos após o tento de Jiménez (38m), apontado por Vidal, que aproveitou uma palmada de Ederson para a entrada da área, após cruzamento de Lahm.

O Benfica voltou a sentir muitas dificuldades para controlar os extremos do Bayern, mas até foram as incursões de Lahm a criar os principais desequilíbrios na defensiva portuguesa. Isso e as entradas de Vidal na área, como no único golo da primeira mão.

Uma crença inesgotável

O golo de Vidal foi um golpe naturalmente duro para o Benfica, e o inicio da segunda parte trouxe mais um golo para o Bayern, apontado por Müller na sequência de um canto bem estudado, a justificar o abraço imediato de Guardiola ao adjunto.

Seguiu-se então uma avalanche ofensiva do Bayer, que podia ter começado a construir uma goleada. Douglas Costa atirou ao poste (61m), Müller viu um golo anulado (67m) e Ederson quase dava um «frango» a remate de Vidal (72m).

Mas mesmo depois de tudo isto o Benfica reergueu-se e voltou à luta. Talvez não pelo apuramento, que ainda ficou a dois golos de distância, mas pelo menos a luta pelo triunfo na segunda mão.

Talisca saiu do banco para fazer o empate de livre direto (76m) – num lance que devia ter valido cartão vermelho a Javi Martínez mas que resultou foi na expulsão de Rui Vitória -, e pouco depois quase repetia o feito (85m). 

O Benfica acabou o jogo a tentar o golo da vitória com Guedes, Talisca, Jovic e Carcela. E lutou até ao fim. Não conseguiu o apuramento, nem sequer conseguiu a primeira vitória sobre o Bayern, mas deixa a Liga dos Campeões de cabeça bem levantada. Honrou o seu símbolo, honrou a sua história. Honrou o futebol português.

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