Na hora da derrota, Carneiro deixa aviso: está “disponível” para ajudar mas Pedro Nuno tem de “assegurar unidade e pluralidade”

16 dez 2023, 22:57

José Luís Carneiro conseguiu vencer em apenas três das 21 federações socialistas. No discurso no Largo do Rato deixou também uma palavra de “profunda admiração” por António Costa

José Luís Carneiro, candidato derrotado na disputa à liderança do PS, avisou o vencedor Pedro Nuno Santos de que deverá “assegurar a unidade e a pluralidade” enquanto novo secretário-geral do PS. E mostrou-se “disponível” para colaborar para a vitória do partido nas eleições legislativas de 10 de março.

“Cabe à nova liderança do partido assegurar a unidade e assegurar a pluralidade. Estaremos sempre atentos e disponíveis para colaborar no reforço do PS, como o grande partido da democracia portuguesa”, afirmou na sede nacional do partido, no Largo do Rato.

No discurso, Carneiro começou por saudar os militantes “que se mobilizaram para mais uma etapa da vida do nosso partido”, dando “corpo a uma candidatura forte, com ideias”

“Esta candidatura alcançou um notável resultado, não tendo sido maioritária teve dos mais elevados resultados das candidaturas não ganhadoras que se desenvolveram até hoje”, congratulou-se.

O também ministro da Administração Interna confirmou que telefonou a Pedro Nuno Santos, “saudando-o pela vitória e manifestando a minha e nossa disponibilidade para trabalhar para o PS e, dessa forma, para continuarmos a servir Portugal”.

“A nossa candidatura foi mais do que uma candidatura a secretário-geral. Foi um amplo movimento que se constituiu, de proposta política, de defesa do papel crucial do PS como o grande partido da sociedade portuguesa e como pilar essencial do nosso sistema democrático”, reforçou.

Mas com um aviso: “Para que isso aconteça, o PS tem de continuar a ser um partido aberto, plural e profundamente democrático, um partido capaz de dialogar com toda a sociedade portuguesa, capaz de ser o primeiro e mais importante baluarte na dfefesa dos valores democráticos, na defesa dos valores constitucionais”.

Questionado sobre o futuro político, Carneiro teve reticências a responder se integraria um futuro governo de Pedro Nuno Santos. “Se me preocupasse com a minha carreira política, talvez não tivesse decidido ser candidato à liderança do PS”, disse, afirmando que a sua candidatura serviu para mostrar que “não há inevitabilidades na vida democrática e não há destinos manifestos”.

“A partir de hoje, somos todos socialistas”, disponíveis para “servir o nosso país”, disse ainda.

Carneiro deixou ainda uma palavra de “profunda admiração” a António Costa, atual primeiro-ministro e secretário-geral do PS, que deixa “uma marca que nos honra a todos”.

José Luís Carneiro conseguiu vencer em apenas três das 21 federações socialistas: Madeira, Oeste e Vila Real. Nas restantes, consegui votações na ordem dos 30%.

Relacionados

Partidos

Mais Partidos

Mais Lidas

Patrocinados