Primeiro estranha-se, depois entranha-se
Diz o ditado que «primeiro estranha-se, depois entranha-se».
Ora, se tudo correr bem, este ditado aplicar-se-á à Seleção Nacional de sub-21, que esta segunda-feira entrou a vencer na qualificação para o Europeu da categoria de 2023: na Reboleira, os jovens lusos triunfaram perante a Bielorrússia por 1-0.
Olhando à priori para os nomes das duas equipas, o resultado não traduz a diferença de valias entre os dois plantéis. Pois bem, também não traduz o que se passou em campo.
Rui Jorge virou a página da famosa geração de 99 e proporcionou cinco estreias absolutas no onze titular: João Gonçalves, Eduardo Quaresma, André Almeida, Tomás Handel e Fábio Silva.
As caras novas não se fizeram rogadas, os mais experientes – com destaque para Fábio Vieira e Vitinha – assumiram a responsabilidade e a equipa lusa protagonizou uma primeira parte relativamente forte.
Na equipa de Rui Jorge, já se sabe, a bola é sempre para tratar com carinho.
A circulação dos jovens portugueses foi rápida e dinâmica e muito dificultou a vida a uma Bielorrússia que praticamente não atacou. Não atacou porque não quis, sim, mas também porque Portugal não deixou, tal era a pressão da formação das quinas.
Perante isto, é fácil perceber que principalmente os primeiros 45 minutos foram de sentido único – a baliza de Makavchik. As oportunidades foram algumas, mas alguma ineficácia e uma exibição sólida do guardião bielorrusso impediram um resultado mais volumoso.
Fábio Vieira, o melhor em campo, foi o único a conseguir furar a muralha adversário, na marcação de um penálti, aos 32 minutos.
Perante um adversário de menor valia e numa fase tão adiantada da época, também não é fácil adivinhar que o registo português não foi o mesmo na etapa complementar. Portugal baixou os níveis e não conseguiu criar tanto volume ofensivo como nos primeiros 45 minutos.
Felizmente, e porque os pupilos de Rui Jorge sabem bem o que fazer com a bola, também não se permitiram a grandes calafrios da Bielorrússia.
Caras novas agitaram, mas não concretizaram
O selecionador nacional quis agitar o jogo do banco e promoveu mais três estreias, além da entrada de Francisco Conceição: Tiago Dantas, Paulo Bernardo e Gonçalo Borges.
Portugal voltou a circundar mais a grande área do conjunto visitante, as bancadas animaram-se, mas não mais se ouviu o bruá dos golos. Ficou a faltar mais golos, sim, mas o principal objetivo está concretizado.
Apesar da estranheza, Portugal entrou a vencer na caminhada para o Euro 2023. Agora falta esta geração ‘entranhar-se’.