Cerca de 100 mil pessoas em Portugal têm problemas de jogo com as "raspadinhas"

19 set 2023, 08:53
Raspadinha (Getty)

De acordo com estudo da Universidade do Minho, 30 mil pessoas que jogam “raspadinhas” com regularidade “quase de certeza têm doença instalada, ou seja, perturbação de jogo patológico”

Cerca de 100 mil pessoas em Portugal têm problemas de jogo com as “raspadinhas", concluiu um estudo encomendado pelo Conselho Económico e Social (CES), sobre o perfil dos utilizadores de "raspadinhas" e níveis de doenças associadas a este tipo de jogo. O jornal Público e o jornal Observador tiveram acesso aos resultados desse estudo, que serão apresentados esta terça-feira, e que estimam ainda que 30 mil pessoas que jogam “raspadinhas” com regularidade “quase de certeza têm doença instalada, ou seja, perturbação de jogo patológico”.

O estudo procurou responder à pergunta: quem paga a raspadinha? As respostas dos 2.554 inquiridos permitem concluir que as pessoas mais velhas, com 66 anos ou mais, apresentam o dobro da probabilidade de serem jogadores frequentes de "raspadinha", comparando com a faixa etária entre os 18 e os 36.

Uma pessoa com rendimentos entre os 400 e os 664 euros tem três vezes mais probabilidades de ser jogador frequente de "raspadinha" do que quem aufere mais de 1500 euros.

Também quem tem o ensino básico tem quase seis vezes mais probabilidade de ter esse mesmo comportamento do que quem tem um mestrado ou doutoramento. Um operário, por exemplo, tem 2,5 vezes mais probabilidade de recorrer a este jogo com frequência do que as pessoas que têm profissões que implicam uma formação superior.

Portugal é o país da Europa com maior gasto per capita em raspadinhas, o que representa mais do dobro da média europeia. Em 2019, a receita com a raspadinha cresceu 7,8% face ao ano anterior, atingindo 1.718 milhões de euros. A raspadinha representa mais de 50% da receita de Jogo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

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