Prisioneiros "sabem que Rendeiro tem muito dinheiro e estão a ameaçá-lo de morte"

15 dez 2021, 12:52

Advogada June Marks traça um cenário "terrível" da prisão de Westville, abordando as questões de segurança, higiene e saúde

João Rendeiro tem recebido várias ameaças de morte na prisão de Westville, onde passou as duas últimas noites detido, na África do Sul. De acordo com a advogada do ex-banqueiro, os prisioneiros daquela cadeia sabem quem é o português.

"Há prisioneiros que sabem quem ele é e que sabem que ele tem muito dinheiro. Estão a ameaçá-lo de morte em troca de dinheiro", explicou June Marks, em entrevista à CNN Portugal.

Esse é precisamente um dos argumentos utilizados pela defesa para pedir a libertação provisória de João Rendeiro. Sean Jelly, advogado que representou o português esta quarta-feira em tribunal, apresentou precisamente isso em tribunal.

Sobre a prisão de Westville, June Marks fala num "local terrível". Em causa, diz, não estão apenas questões de segurança, mas também de higiene e saúde, igualmente utilizadas por Sean Jelly para defender a libertação. De resto, aquele membro da equipa de advogados mencionou em concreto a falta de segurança relativamente à covid-19 naquela cadeia.

June Marks define aquela prisão como uma das piores da África do Sul, mencionando "prisioneiros particularmente violentos".

"Ele considera que tem a vida em risco", sublinhou a advogada.

Em relação à situação judicial de João Rendeiro, a defesa espera que o antigo presidente do Banco Privado Português possa ser libertado, mas já está a pensar num recurso caso o pedido seja negado.

No caso da libertação, explicou June Marks, João Rendeiro deverá continuar a ser vigiado pelas autoridades africanas. De resto, isso mesmo fez parte das alegações da defesa em tribunal, onde foi pedida uma libertação sob uma fiança de 2.200 euros sujeita a apresentações periódicas.

João Rendeiro foi detido no sábado na cidade de Durban, quase três meses depois de ter fugido de Portugal, país no qual tem três condenações relacionadas com o BPP, uma delas já transitada em julgado.

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