Primeiras transcrições dão pistas sobre o acidente aéreo em Tóquio (mas há contradições)

3 jan, 12:50

Piloto do avião da Guarda Costeira garante que recebeu ordem para descolar, mas gravações não o comprovam

O avião da Japan Airlines que ardeu por mais de seis horas no aeroporto de Haneda, em Tóquio, tinha autorização para aterrar. Em sentido contrário, a aeronave da Guarda Costeira com a qual o avião comercial colidiu não tinha autorização para descolar.

Estas são as duas principais conclusões de uma análise preliminar às transcrições dos registos de voz de ambos os voos, num acidente que acabou por provocar a morte a cinco pessoas, todos tripulantes do avião da Guarda Costeira.

Em sentido contrário, e naquilo que muitos analistas estão a ver como sendo quase um milagre, os 379 ocupantes do Airbus A350 da Japan Airlines sobreviveram ao acidente, graças a uma rápida intervenção de toda a tripulação.

Apesar de a investigação estar apenas no início, estas primeiras transcrições apontam que o avião da Guarda Costeira tinha ordem para aguardar a descolagem num ponto perto da pista.

No entanto, o único sobrevivente do avião da Guarda Costeira, que ia a pilotar a aeronave, afirmou que tinha recebido autorização para entrar na pista, onde minutos depois acabou por colidir com o avião da Japan Airlines, provocando um grande foco de incêndio em cada um dos aparelhos. Apesar disso, o capitão reconheceu que não existem provas dessa autorização nas transcrições analisadas.

“O Ministério dos Transportes está a submeter material objetivo e vai cooperar inteiramente com a investigação para assegurar que trabalhamos juntos para garantir todas as medidas de segurança e prevenir uma repetição”, referiu o ministro japonês dos Transportes, Tetsuo Saito.

A investigação está a cargo da autoridade que controla a segurança nos transportes japoneses, havendo ainda a participação de entidades francesas, uma vez que o avião pertencia à Airbus, além de entidades britânicas, que representam a Rolls-Royce, responsável pelo fabrico dos motores.

Em paralelo, também a polícia de Tóquio está a investigar a possibilidade de negligência neste caso, tendo sido montada uma equipa de operação especial no aeroporto de Haneda, onde estão a decorrer vários interrogatórios.

Em reação a estas primeiras informações, a Japan Airlines garantiu que o seu piloto recebeu autorização dos controladores aéreos para aterrar.

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