Jardim: «Mourinho é o modelo dos treinadores portugueses»

13 set 2017, 11:45
Leonardo Jardim (Reuters)

Mbappé, as principais referências e a preferência pelo fato de treino em vez do fato e da gravata em entrevista à France Football.

O título conquistado na última temporada e um lugar entre os semifinalistas da Liga dos Campeões deixou a Europa de olhos postos no Mónaco de Leonardo Jardim. Perante esses resultados alcançados, os monegascos perderam algumas das principais figuras como Bernardo Silva, Mendy e Mbappé.

Essas saídas obrigam o técnico português a remodelar constantemente a equipa. Ainda assim, Jardim refere que gosta de crescer enquanto treinador nessas dificuldades.

«Gostaria de manter os melhores jogadores, mas quando eles saem, sinto que tenho capacidade para fazer algo diferente, para lançar novos jogadores e ter novos desafios. Manter a mesma durante três anos, ficar tranquilo e manter o mesmo nível, bom.. Esta é uma situação muito boa para o meu crescimento como treinador, para o meu treino, para me ajudar a encontrar novas soluções. Gosto dessa dificuldades», referiu, em entrevista à revista francesa France Football.

Nesta entrevista à prestigiada revista gaulesa, o treinador madeirense falou do crescimento de Mbappé, avançado que recentemente se transferiu para o PSG.

«Mbappé progrediu imenso. Fui feliz por tê-lo tido aqui com 16 anos a treinar com jogadores profissionais. Trabalhámos muito para fazê-lo explodir. Mas o grande mérito é do jogador. Dividimos a responsabilidade.O sucesso de um jogador depende do clube, das oportunidades que têm, do treinador, mas, acima de tudo, depende muito dele próprio. Se os jogadores pensam que vão ter sucesso só por eu estar aqui, estão enganados», destacou.

Leonardo Jardim aproveitou esta entrevista para defender os colegas de profissão, apelando a que se deixe de olhar apenas para os resultados quando se procura definir a competência de um treinador.

«Não se olha para os trabalhos dos treinadores, apenas para o campeão. Isso deixa-me pouco confortável. Gostava que as pessoas vissem qualidade no trabalho dos outros treinadores. Não devemos apenas olhar para os resultados. Foi isso que disse acerca do treinador do Angers [Stéphane Moulin]. Ele é bom, mas não o reconhecemos o suficiente. Quem fica em primeiro não faz, necessariamente, um trabalho melhor que o segundo e o terceiro», afirmou.

O técnico do Mónaco abordou ainda o facto de várias vezes se apresentar de fato de treino, independentemente do grau de importância dos jogos.

«Se estiver mais confortável vou tomar melhores decisões e mexer-me melhor», acrescentando que «fica apertado» de fato e gravata.

Por último, Jardim revelou que Mourinho e Alex Ferguson são as suas referências.

«Gosto de treinadores que têm um modelo de jogo e uma metodologia clara. Em Portugal, Mourinho é o nosso modelo. O Ferguson era um treinador de topo», concluiu.

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