Polémica em torno do Mundial-2006

7 jul 2000, 10:56

Delegado neozelandês fala em ameaças

O neozelandês Charles Dempsey, cuja abstenção foi decisiva para a vitória da Alemanha na corrida à organização do Mundial-2006, contrariou as instruções que tinha do seu país na votação. Dempsey diz que recebeu telefonemas ameaçadores e uma carta anónima a pressioná-lo para votar na candidatura germânica. Outros membros do comité executivo afirmam também ter recebido essa carta, o que levanta pesadas suspeitas sobre a votação de ontem.  

O Governo neozelandês mostrou-se indignado com a abstenção de Dempsey. «Como representante da Oceânia o senhor Dempsey tinha instruções para apoiar a candidatura sul-africana, uma vez que a Inglaterra tinha perdido as hipóteses. Estou chocado por um indivíduo ter aparentemente abusado do seu direito de votação por ignorar as instruções de voto», afirma o ministro do Desporto, Trevor Mallard. 

Por enquanto, os responsáveis da FIFA procuram não dar importância às suspeitas. «Estamos a tratá-las com o desprezo que merecem», afirmou Jacck Warner, membro do comité executivo e presidente da Concacaf. 

Além de Dempsey, vários dos 24 membros do comité executivo da FIFA dizem que lhes foi metida debaixo da porta dos quartos, na manhã da votação, uma carta oferecendo presentes em troca do voto na Alemanha.  

A candidatura germânica venceu a da África do Sul por um voto. Se Dempsey tivesse votado a favor da candidatura sul-africana, haveria um empate e a decisão teria ficado nas mãos do presidente da FIFA, Joseph Blatter, um confesso apoiante da atribuição do Campeonato do Mundo de 2006 a África.

Mais Lidas

Patrocinados