Mundial 2022: Ricardo Teixeira nega ter sido subornado pelo Qatar

28 jun 2017, 18:18
Estádio Internacional Khalifa (Foto Amnistia Internacional)

Antigo presidente da CBF fazia parte do Comité Executivo da FIFA aquando da atribuição da realização do Mundial

O antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol [CBF], Ricardo Teixeira, negou ter recebido subornos a troco de apoiar a candidatura do Qatar a organizar o Mundial 2022.

A Comissão Independente de Ética da FIFA divulgou, na passada terça-feira, o Relatório Garcia. Este documento contém 430 páginas sobre a investigação à atuação das candidaturas que em 2010 foram a votos na Suíça e que resultou nas escolhas da Rússia e Qatar para organizarem os Mundiais de 2018 e 2022, respetivamente.

Aquando da atribuição das organizações dos Mundiais, Ricardo Teixeira era um dos 23 elementos que compunha o Comité Executivo da FIFA e é apontado como um dos beneficiários de um esquema de compra de votos. Contudo, o ex-dirigente defende-se ao dizer que o relatório, que admite não ter lido, é «inconclusivo e que apenas levanta suspeitas».

O presidente da CBF entre 1989 e 2012, negou igualmente ter recebido dinheiro das autoridades do Qatar para realização de um particular entre Brasil e Argentina, garantindo que o «preço foi o mesmo do contrato de outros jogos».

O brasileiro de 70 anos foi também visado por alegadamente ter recebido dinheiro da empresa do ex-presidente do FC Barcelona, Sandro Rosell, atualmente em prisão preventiva, bem como de ter repartido com o espanhol 15 milhões de euros relativos a direitos de jogos amigáveis da seleção «canarinha».

«Nunca recebi dinheiro de uma empresa do Sandro», frisou, sem referir que os seus familiares receberam aproximadamente três milhões de euros de empresas do dirigente catalão.

Ricardo Teixeira classificou de «ridícula» a insinuação de que teria perguntado a Sandro Rosell acerca de uma «lugar seguro» para fugir, de forma a prevenir-se em relação à possibilidade de ser acusado.

«Quero ver a gravação dessa conversa. Há algum lugar mais seguro que o Brasil? Qual? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Sabem que tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou a dizer se fiz ou não...», conclui.

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