Túnel rodoviário colapsou na Índia há cinco dias. Trabalhadores continuam presos nos escombros e há alguns doentes

CNN Portugal , AM com Lusa
16 nov 2023, 15:09

Trabalhos de resgate contam com cerca de 200 pessoas que estão a ser apoiadas por escavadoras e máquinas de perfuração. No entanto, a operação tem sofrido atrasos

Os 40 trabalhadores que ficaram soterrados quando um túnel rodoviário em construção no norte da Índia se desmoronou, no domingo, estão vivos, mas a ficar doentes. Segundo as autoridades do norte da Índia, a operação de resgate tem sido atrasada devido à queda de escombros e às falhas técnicas, numa situação que está, não só a testar a paciência dos familiares, mas também a deixar as famílias preocupadas com os relatos de que os trabalhadores estão a ficar doentes.

A derrocada ocorreu na madrugada de domingo, na região dos Himalaias, quando um grupo de trabalhadores abandonava o estaleiro e chegava uma equipa de substituição. De acordo com o New York Times, os trabalhadores soterrados estavam a construir parte de uma estrada para todas as condições meteorológicas destinada a proporcionar um acesso mais rápido a quatro santuários hindus, mas a construção estava a ser feita numa paisagem que se tornou cada vez mais frágil, à medida que os glaciares derretem rapidamente.

Presos há cinco dias no túnel, quando uma parte da estrada em construção ruiu no estado montanhoso de Uttarakhand, os trabalhadores têm enviado mensagens pelos tubos de aço - que foram instalados na terça-feira - onde revelam sofrer de febre e dores de corpo. Através de uma conduta, tem sido enviada água, alimentos, mas também medicamentos para os trabalhadores. 

Os tubos de aço têm 0,76 metros de largura e foram empurrados através de uma abertura de escombros, escavada com a ajuda de macacos hidráulicos para retirar em segurança os trabalhadores. O jornal norte-americano avança que a Índia pediu conselhos sobre a operação a uma empresa sediada na Tailândia que ajudou a resgatar crianças da gruta inundada em 2018 para além de estarem em contacto com especialistas em engenharia do Instituto Geotécnico Norueguês.

Trabalhos de perfuração no túnel na Índia (EPA)

Na segunda-feira, o comandante da Força de Resposta a Desastres indiana, Karamveer Singh Bhandari, garantiu que "todos os 40 trabalhadores presos dentro do túnel" estavam vivos e que as equipas de resgate tinham conseguido entrar em contacto com os sobreviventes, primeiro através de uma mensagem num pedaço de papel e, mais tarde, através de aparelhos de rádio.

Os trabalhos de resgate contam com cerca de 200 pessoas que estão a ser apoiadas por escavadoras e máquinas de perfuração. No entanto, a operação tem sofrido atrasos quer por falhas técnicas - uma máquina de perfuração avariou e teve de ser substituída - quer pela queda de detritos. 

"São desafios que se colocam neste tipo de operações de socorro, mas vamos ultrapassá-los", afirmou o responsável da agência de gestão de catástrofes Ranjit Sinha.

A parte desabada do túnel com 4,5 quilómetros de comprimentos fica a cerca de 200 metros da entrada. O túnel faz parte da autoestrada Chardham, um projeto emblemático do governo federal da Índia em construção entre Silkyara e Dandalgaon para ligar os dois importantes santuários hindus de Uttarkashi e Yamnotri, em Uttarakhand, um estado montanhoso que atrai muitos peregrinos e turistas.

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