Incêndios: Proença-a-Nova enfrenta “situação muito difícil”. Mais de mil bombeiros lutam contra as chamas

Agência Lusa , HCL
5 ago 2023, 10:45

Incêndio mobiliza 1.103 operacionais, apoiados por 361 veículos e 16 meios aéreos

O incêndio que deflagrou na sexta-feira, em Castelo Branco, tem três frentes ativas no concelho vizinho de Proença-a-Nova, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara, considerando a “situação muito difícil” e sem perspetiva de resolução.

“É uma situação muito difícil e que exige o empenho dos profissionais”, disse o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo.

Segundo o autarca, o incêndio no seu concelho dividiu-se em três frentes.

Uma das frentes passou a zona das Moitas e dirige-se para a localidade de Pergulho, outra evolui no sentido de Vale da Mua, e uma terceira está próxima de Sobral Fernando, referiu.

De acordo com João Lobo, face à evolução, o incêndio poderá entrar nos concelhos vizinhos de Vila Velha de Ródão e de Mação.

“Todas as três frentes estão ativas e geram motivo de grande preocupação. O vento esteve relativamente sereno durante a manhã, mas o incêndio, como tem uma extensão muito grande, gera o seu próprio vento, face às massas de ar quente”, disse João Lobo.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova referiu que as perspetivas de aumento da intensidade do vento e da temperatura durante o dia dão indicações de “um dia complicado”, sem qualquer “expectativa de controlo do incêndio” da parte da manhã.

No concelho de Castelo Branco, grande parte do perímetro “está em fase de rescaldo”, mantendo-se uma zona com uma frente ativa e que ainda motiva preocupação, disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal, Leopoldo Rodrigues.

Os autarcas dos dois concelhos referem que não há registo de feridos ou de primeiras habitações afetadas pelo incêndio.

Mais de 1.000 operacionais, apoiados por 361 veículos e 16 meios aéreos, combatiam, às 13:45, o incêndio que deflagrou na sexta-feira e que progride também em Proença-a-Nova, de acordo com a página da Proteção Civil.

Chamas já consumiram 6.000 hectares

 

 O incêndio que deflagrou na sexta-feira, em Castelo Branco, regista uma área ardida de 6.000 hectares naquele concelho e em Proença-Nova, afirmou hoje o Comando Regional de Proteção Civil do Centro.

“A estimativa, neste momento, é de seis mil hectares de área ardida, o que é uma área reduzida para aquilo que é o potencial deste incêndio”, afirmou o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Centro, Jody Rato, que falava aos jornalistas num ‘briefing’ sobre o ponto de situação daquele fogo.

O incêndio deflagrou na tarde de sexta-feira, na localidade de Carrascal, em Castelo Branco, tendo posteriormente progredido para o concelho vizinho de Proença-a-Nova.

De momento, o incêndio tem “vários pontos quentes” e duas frentes ativas que causam “preocupação” aos operacionais, devido “às dificuldades de acesso e orografia, num território difícil para aplicar técnicas de combate eficazes”, explicou.

Desde o início da manhã, tem sido possível manter “meios aéreos” de forma permanente, acrescentou, salientando que, até ao momento, não houve qualquer aldeia evacuada, apenas “retirada temporária de pessoas” de algumas localidades por onde as chamas estiveram próximas.

“Nós temos uma estratégia definida, estamos a posicionar meios humanos e máquinas de rasto, que estão a ter um papel muito importante na consolidação do perímetro do incêndio, que será um trabalho feito durante o dia e durante a noite, e esperamos resolver rapidamente uma situação que é complicada”, vincou Jody Rato.

Questionado sobre a possibilidade de alguma das frentes avançar para concelhos vizinhos, o responsável realçou que os operacionais estão a fazer “todos os esforços para que isso não aconteça”, admitindo, porém, o risco de isso surgir.

Jody Rato apelou ainda para que as pessoas evitem “circular em zonas limítrofes do incêndio”, por forma a facilitar o trabalho dos operacionais no terreno.

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