Cinemateca apresenta esta sexta-feira a primeira longa-metragem do realizador, "Passagem ou a Meio do Caminho". Restrospetiva da sua obra será em maio
Como homenagem ao realizador e encenador Jorge Silva Melo, que morreu aos 73 anos, a Cinemateca Portuguesa apresenta esta sexta-feira a sua primeira-longa metragem, "Passagem ou a Meio do Caminho". A sessão especial está marcada para as 21.40, na sala da rua Barata Salgueiro, em Lisboa, e a entrada é livre, mediante o levantamento de ingressos na bilheteira.
Depois, "cumprindo o acordo firmado com Jorge Silva Melo há poucos meses, a retrospetiva integral da sua obra e a carta branca, igualmente programada em 2020 e suspensa pela pandemia poucos dias depois do seu início, serão apresentadas no próximo mês de maio". A retrospetiva terá início a 10 de maio, com a projeção de "Agosto", e prolonga-se até ao fim desse mês.
"Passagem ou a Meio do Caminho" foi realizado em 1980 e conta com interpretações de João Guedes, Diogo Dória, Glicínia Quartin, Isabel de Castro e João Pinto Nogueira. O filme será apresentando numa nova cópia digital.
"Escrito e filmado a partir da vida e obra do escritor alemão Georg Büchner (1813-1837), à luz elétrica e à máquina de escrever, sem reconstituição histórica. Fala-se da Guerra de Espanha e de Cézanne, através da sobreposição de épocas e de citações. Mas o “fundo” – nunca nomeado – é o 25 de Abril" , escreve a Cinemateca no comunicado. E relembra as palavras de João Bénard da Costa sobre este filme: “À entrada dos anos 80 do século XX, e no seu primeiro filme, Jorge Silva Melo deu-nos a ver a escuridão da selva. Talvez por ser tão escura – neste filme tão claro – tantos se perderam nela, não percebendo como a vida parava e como era preciso (necessário) pintá-la naquele momento".
O velório de Jorge Silva Melo realiza-se esta quinta feira, a partir das 17:30 na Capela de Nossa Senhora do Carmo na Basílica da Estrela, em Lisboa. Amanhã, o seu corpo seguirá para o Cemitério dos Prazeres às 11:00.
