Portugal antecipa envio de 174 militares para a Roménia - NATO reforça posições junto às fronteiras com a Ucrânia

25 fev 2022, 18:22

Anúncio foi feito pelo primeiro-ministro. António Costa reagiu também às ameaças da Rússia à Suécia e à Finlândia: Ameaças à Suécia e à Finlândia? "Se a Rússia teve essa reação é porque percebeu bem a mensagem"

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta sexta-feira que a NATO decidiu de forma unânime "reforçar" a sua presença militar junto às fronteiras da Ucrânia. Nesse sentido, Portugal vai antecipar o envio de uma companhia de infantaria para a Roménia, prevendo que tal ocorra já "nas próximas semanas". A companhia será composta por 174 militares.

“Portugal, além das forças que este ano tem afetas ao comando europeu da NATO, decidiu antecipar do segundo semestre já para o primeiro semestre a mobilização e o empenho de uma companhia de infantaria que atuará na Roménia e que será projetada nas próximas semanas”, avançou o primeiro-ministro.

António Costa falava aos jornalistas no Ministério da Defesa Nacional, acompanhado do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, depois de ter estado reunido à distância com os líderes dos países membros da NATO para discutir a crise de segurança na Europa à luz da ofensiva militar russa na Ucrânia.

Questionado sobre a dimensão desta força, António Costa confirmou que o número de militares que serão enviados “nas próximas semanas” será de 174, já previsto no plano da participação portuguesa em missões internacionais para 2022, ao abrigo da 'Tailored Forward Presence' da NATO. "Vários outros países neste momento também estão ou a antecipar ou a reforçar - ou a decidir reforçar - a sua participação junto destes países [limítrofes da Ucrânia] de forma a termos uma posição clara de unidade e de dissuasão relativamente à atuação da Rússia", acrescentou.

O Conselho Superior de Defesa Nacional deu quinta-feira parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO. "Mantemos as nossas forças à disposição da NATO", declara o primeiro-ministro. Frisando que "o povo ucraniano foi a principal vítima desta operação militar", Costa expressou a solidariedade com a Ucrânia.

Ameaças à Suécia e à Finlândia? "Se a Rússia teve essa reação é porque percebeu bem a mensagem"

Confrontado com as ameaças da Rússia à Suécia e à Finlândia se estes dois países aderirem à NATO, António Costa respondeu de forma muito clara: "Se isso aconteceu é porque a mensagem foi claramente percebida. Estamos todos unidos, não só na NATO mas também países que estão na vizinhança. É para ter uma posição muito clara na defesa dos princípio do direito internacional, da garantia da liberdade e da carta das Nações Unidas".

"Se a Rússia teve essa reação, é porque percebeu bem a mensagem do que significou a participação da Suécia e da Finlândia nesta reunião", reitera Costa.

Tanto a Finlândia como a Suécia não são membros da NATO, embora o primeiro participe em alguns assuntos e, exemplo disso mesmo, é o facto de estar presente na reunião que decorre esta sexta-feira em Bruxelas. No mês passado, a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin disse que era "muito improvável" que o país aderisse durante o seu mandato à Aliança Atlântica.

Relacionados

Governo

Mais Governo

Mais Lidas

Patrocinados